O auxílio “esmola” emergencial destinado a minimizar a situação de desespero que assola milhões de brasileiros diante da epidemia do coronavírus, vem causando em todas as regiões do país um verdadeiro estado de rebelião social. Depois de muita demora e enrolação, o governo – que a princípio queria destinar ao povo faminto a mísera quantia de R$ 200,00 – se viu obrigado a elevar o valor para R$ 600,00 depois do projeto de auxílio ir à votação no congresso nacional, que aprovou o novo valor.
Nunca é demais lembrar que enquanto destinava esta irrisória e humilhante migalha para dezenas de milhões de almas que não dispõem de recursos nenhum para nada, nem mesmo para a garantia da sobrevivência mínima, o governo burguês-golpista, reacionário e direitista, entregava de mão beijada para os capitalistas (banqueiros) nada menos do que R$ 1,2 trilhões. Para que este oceano de dinheiro chegasse aos cofres (já abarrotados) dos exploradores sanguessugas da nação, não houve qualquer dificuldade, burocracia ou qualquer outro entrave.
São diversas as reclamações e denúncias que chegam ao conhecimento do público dando conta do volume de problemas e obstáculos que vem dificultando o acesso ao auxílio. Impaciente, a população explorada, desempregados, autônomos, informais, sub-empregados e outros reagem a este descaso, a este escárnio, de forma desesperada, sem qualquer orientação ou organização.
Um exemplo desta situação vem do estado do Pará, onde a população pobre de três municípios se aglomerou em frente a uma agência da Caixa Econômica para a retirada do auxílio. No entanto, os supostos beneficiados foram informados que a agência estava fechada, pois não havia funcionários no estabelecimento, em função do adoecimento de três deles, todos com sintomas do coronavírus. Os mesmos foram aconselhados a ficar em situação de isolamento, sem poder comparecer ao trabalho.
A situação mais tensa ocorreu na cidade Breves/PA, quando um grupo de pessoas que espera receber o auxílio emergencial invadiu uma agência da Caixa Econômica, no final da noite de quarta-feira, dia 22. A falta de informações sobre como receber o dinheiro e a instabilidade do aplicativo “Caixa Tem”, foram os principais motivos para a revolta da população.
Quanto ao adoecimento de trabalhadores bancários nas unidades da CEF na capital (Belém), quatro agências em diferentes regiões da cidade (Cabanagem, São Brás, Guamá e Icoaraci), foram fechadas na manhã de quarta-feira, dia 22, depois que bancários das unidades testaram positivo para o novo coronavírus. Em declaração, a vice presidenta do sindicato e bancária da Caixa, Tatiana Oliveira, disse que “infelizmente nossos colegas estão adoecendo, seja com o vírus ou psicologicamente, aqueles que arriscam a vida diariamente para atender a população que também precisa. Mas a medida do Governo Federal, com o auxílio emergencial, que deveria ser para ajudar, levou milhares de pessoas às agências bancárias, expondo mais ainda a categoria. A maioria dos atendimentos é despachada do lado de fora, são coisas que podem ser resolvidas pelos canais alternativos, mas quem realmente precisa, sequer tem telefone celular para acessar os aplicativos” (Fetec/CUT, 22/04).
Esta é a situação a que está submetida a população pobre e explorada do país pelo governo dos banqueiros, dos capitalistas, dos generais e da extrema direita. Um governo genocida, catastrófico, que vem empurrando o país para o caos, impondo as mais duras condições de vida aos trabalhadores e à maioria da nação. Diante desta situação, faz-necessário – de forma urgente e sem perda de tempo – organizar a luta dos explorados e das massas populares para colocar fim ao governo golpista, anti-operário e pró-imperialista, erguendo bem alto a bandeira do “Fora Bolsonaro”, fora todos os golpistas e por novas eleições gerais.