A publicação desta semana do CIES Football Observatory apontou que o craque Neymar é o jogador que mais sofre faltas por minuto nas principais competições nacionais europeias, chamadas Big Five (um grupo que reune os campeonatos nacionais de Alemanha, Espanha, França, Inglaterra e Itália, respectivamente chamados de Bundesliga, La Liga, Ligue 1, Premier League e Serie A).
O grupo de pesquisa CIES (sigla em francês para Centro Internacional para Estudos Esportivos) foi criado em 2005 e realiza levantamentos estatísticos abordando assuntos como valores de transferências, impacto da COVID-19 no mercado de transferências, goleiros mais acionados, entre muitos outros. No caso atual, o CIES ranqueou as faltas cometidas e sofridas em 33 campeonatos europeus, apontando que Neymar sofreu uma falta a cada 20 minutos e 39 segundos desde dezembro de 2019.
A estatística levantada nesse estudo joga luz justamente na polêmica fama de “cai cai”. Essa expressão passa a ideia de que um jogador se joga para evitar o jogo propriamente dito, tenta simular faltas. No Brasil, alguns mais exaltados chegaram a dizer que a arbitragem daqui protegia Neymar e que o craque não aguentaria jogar na Europa.
De fato é muito difícil parar Neymar sem falta, o arsenal de dribles do brasileiro é impressionante. Quando estourou no Santos, alguns críticos diziam que só fazia o que fazia devido à baixa qualidade das equipes brasileiras. Esse argumento depreciativo em relação ao futebol nacional ficou obsoleto quando os zagueiros mais bem pagos do mundo se viram incapazes de desarmar o melhor jogador do mundo.
No entanto, mesmo colidindo com a realidade, as campanhas contra Neymar seguem sendo impulsionadas. Quem não se lembra da ampla campanha de desmoralização empreendida contra o jogador brasileiro na última Copa do Mundo em 2018? Sendo que na Copa anterior ele teve sua participação interrompida por uma falta violentíssima, onde chegou a fraturar uma vértebra, ficando de fora do trágico jogo contra a seleção alemã.
Quando observamos os fatos concretamente, fica claro que as campanhas críticas ao craque são alheias ao futebol que ele joga. Como este Diário denuncia sistematicamente, essas campanhas são impulsionadas a partir de interesses econômicos dos países imperialistas. Atacar o futebol arte, característico dos jogadores latino-americanos, é um fator importante para valorizar artificialmente os robóticos jogadores europeus, que só são superiores nos jogos de videogame. Seguimos na defesa do nosso futebol como patrimônio cultural.