Os índices de popularidade de Bolsonaro, mesmo para as pesquisas encomendadas pela burguesia, mostram que o governo do golpista é o mais impopular dos primeiros meses de mandato. Desde o início, Bolsonaro retrocede inclusive dos 30% que a burguesia procurar apresentar como sendo uma a base social do governo.
A impopularidade do governo, no entanto, não precisa ser medida apenas pelas pesquisas manipuladas da burguesia. Basta um olhar crítico sobre o próprio desenvolvimento do golpe de Estado para concluir que a crise do atual governo é um ponto alto da crise do regime golpista de conjunto. O governo Bolsonaro foi uma medida desesperada da direita que se unificou em torno de um nome que estava muito longe de ser um consenso para evitar uma catástrofe eleitoral. Foi preciso prender Lula, pois ele ganharia a eleição, mesmo depois de toda a campanha que a burguesia colocou em marcha contra ele.
Sem essas coordenadas políticas, acabamos facilmente caindo na campanha de propaganda da imprensa golpista, que procura apresentar o regime golpista e o governo Bolsonaro como a coisa mais normal do mundo.
Como que para disfarçar esses fatos, para disfarçar a profunda crise, o IBOPE, instituto da rede Globo, publicou uma pesquisa de opinião com perguntas gerais sobre as instituições. Ali, procura mostrar que a chamada “confiança nas instituições” por parte da população teria aumentado.
O portal O Cafezinho na internet reproduz essas informações de maneira acrítica e acaba chegando na mesma conclusão que a rede Globo. Embora Bolsonaro seja o mais impopular da história, o governo Federal e a presidência da República contariam com a confiança de metade da população.
Ignorando todos os fatos e até mesmo as pesquisas dela mesma, a burguesia quer mostrar que Bolsonaro não é tão impopular assim. É preciso, portanto, sustentá-lo no poder.