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Eleições 2022

Burguesia: “nem Lula, nem Bolsonaro. Mas Lula de jeito nenhum!”

O editorial do jornal Estadão de 13 de maio e a censura de Lula no Jornal Nacional demonstram que a burguesia não deseja a volta de Lula e do Partido dos Trabalhadores.

O editorial do jornal Estado de S. Paulo, de 14 de maio, com o título “Cenário Sombrio”, expressa a opinião de um setor importante da burguesia sobre o problema das eleições presidenciais de 2022, particularmente com a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Segundo o jornal, o fato de Lula aparecer em primeiro colocado em todas as pesquisas eleitorais, com significativa margem de vantagem em relação ao presidente ilegítimo Jair Bolsonaro (ex-PSL, sem partido), aponta para o que classifica como “cenário sombrio”. O Estadão recorre às denúncias vazias de corrupção do PT, sem sequer se preocupar em provar o que diz, e fala do projeto de poder autoritário do “lulopetismo”. A polarização social entre Lula e Bolsonaro, na opinião do jornal burguês, deve ser evitada. A volta do PT ao governo federal não é uma opção aceitável.

Por sua vez, seguindo a mesma linha, o Jornal Nacional censurou o nome de Lula ao divulgar a pesquisa eleitoral realizada pelo instituto Datafolha na quinta-feira, 13 de maio. Nesta pesquisa, Lula dispara e alcança 41% das intenções de voto contra 23% de Jair Bolsonaro, uma margem de 18 pontos de diferença. No segundo turno, Lula aparece com 55% e Bolsonaro, 32%.

A TV Globo censurou Lula para não mostrar à população que o ex-presidente está em primeiro lugar, embora sua popularidade seja um fato impossível de esconder, em virtude de sua projeção nas massas trabalhadoras.

Para o Estadão, Bolsonaro pode ser ruim, mas a pior de todas as alternativas é a volta de Lula e do PT ao poder. A TV Globo tem a mesma visão sobre o problema. Eles querem sabotar a candidatura de Lula, e para isso recorrem à tradicional manipulação e ocultação dos dados, denúncias de corrupção e difamação.

A burguesia não quer a volta de Lula e do PT, mesmo se eles tentarem fechar acordos, fazer conciliação de classes. Jair Bolsonaro é constantemente pressionado para recuar de determinadas posições políticas, como na questão do armamento. Contudo, a burguesia quer desgastá-lo eleitoralmente para emplacar uma alternativa da direita tradicional. Este é o sentido da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid.

A finalidade da CPI é dar holofotes para um possível candidato da direita tradicional e, com isso, gestar a terceira via que impeça a polarização Lula (esquerda) contra Bolsonaro (extrema-direita) nas eleições presidenciais. Contudo, o que a experiência demonstra é que se a direita tradicional não for capaz de construir sua própria candidatura, vai apoiar Bolsonaro para derrotar o PT como fez em 2018.

O governo Bolsonaro é apoiado por todos os partidos burgueses – MDB, PSDB, DEM, Progressistas, Republicanos, PL, PTB, PSC, SD –  no Congresso Nacional. Estes partidos políticos vetam qualquer iniciativa no sentido do impeachment do presidente ilegítimo, mesmo que sejam evidentes suas responsabilidades na morte de mais de 430 mil brasileiros.

Uma das manobras para desgastar Bolsonaro é responsabilizá-lo única e exclusivamente pela pandemia, de forma a ocultar o papel dos governadores e prefeitos da direita golpista no genocídio do povo brasileiro. É uma forma de tentar rachar sua base social de apoio.

Vale a pena salientar que, para a burguesia, Bolsonaro deve se tornar mais palatável, evitar declarações estapafúrdias e que acirram os ânimos e contribuem para aprofundar a polarização. Determinadas posições políticas e ideológicas devem ser abandonadas. Seu governo, não obstante, é um governo burguês e pró-imperialista, que atua para atender aos interesses dos bancos, grandes capitalistas e latifundiários, vide as privatizações, reforma da previdência, autonomia do banco central, política de preços da Petrobras, manutenção da política de austeridade fiscal e Paulo Guedes, representante dos bancos, no Ministério da Economia. A ministra Tereza Cristina é a representante dos latifundiários no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Bolsonaro pode não ser o melhor governo, mas seu caráter de classe comprova que é o que a burguesia tem no momento e não há razão para retirá-lo.

O Partido dos Trabalhadores e Lula, por sua vez, necessitam fazer reformas sociais e concessões aos trabalhadores nos marcos do regime político. A burguesia e o imperialismo não estão dispostos a tolerar isso, sobretudo após os golpes de Estado na América Latina. No plano internacional, a política externa de tipo nacionalista gera empecilhos para a dominação imperialista. Portanto, o principal problema é impedir o retorno do PT, e a popularidade de Lula é uma ameaça real de que isto aconteça. Daí o motivo da censura de Lula no Jornal Nacional.

No último parágrafo do editorial do Estadão, faz-se referência à terceira via, um candidato burguês “de centro”, que aplique a política neoliberal, mas que também defenda “o diálogo político como essência da democracia” e a “responsabilidade na administração pública”. João Doria (PSDB), Eduardo Leite (PSDB), Luciano Huck (sem partido), Sergio Moro (sem partido) Luiz Henrique Mandetta (DEM), Ciro Gomes (PDT), Arthur Virgílio (PSDB) e João Amoêdo (Novo) são os candidatos “de centro” que a burguesia quer para 2022. Na inviabilidade de algum deles, sobrará o apoio a Jair Bolsonaro. Melhor um governo fascista e genocida do que a volta do PT e, principalmente, do “lulopetismo”.

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