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Burguesia não consegue conter atos vermelhos e radicalizados

Nesse sábado (03), ocorreram novos atos populares por vacina, auxílio emergencial e Fora Bolsonaro em mais de 300 cidades do País. Os atos não foram maiores nem ocorrerem em mais cidades do que os anteriores do dia 19 de junho por causa do pouco tempo de preparação e divulgação.

A organização do movimento, secreta e antidemocrática, decidiu sem consulta nenhuma antecipar os atos após marcar para o longínquo 24 de julho. Isso se deveu a uma ideia de que a CPI da Covid e o superpedido farsa de impeachment impulsionariam a luta pelo Fora Bolsonaro. Na prática, a esquerda  – sob pressão da burguesia – tentou colocar o movimento de rua a reboque das instituições. Em grande medida, não conseguiu.

Isso porque, apesar dessa política e da política frente-amplista de aceitar criminosos políticos da direita nos atos, bem como as cores verde e amarela, o povo saiu de vermelho nas ruas.

A imprensa golpista fez muita propaganda de que a direita deveria participar e a esquerda deveria abandonar o vermelho e adotar o verde e amarelo nos atos. O PSDB chegou a ter o disparate de anunciar sua participação no ato em São Paulo. Seriam 2 mil pessoas de verde e amarelo, segundo seu diretório municipal. Mas os tucanos não tiveram coragem.

Em São Paulo, o povo escorraçou a direita e reagiu à polícia

Os poucos bate-paus que apareceram se juntaram em um local distante do centro da manifestação na Avenida Paulista. E levaram consigo membros do Cidadania, do PDT e do PV. Este diário havia denunciado em primeira mão que o Cidadania (ex-PCB), filial do PSDB, foi à periferia da cidade oferecer R$50 para as pessoas irem de verde e amarelo no ato. Junto a esses partidos de direita, estava o PCdoB por meio de seu braço estudantil secundarista da capital, a UMES, em sua saga para deixar a esquerda a reboque da direita golpista na frente ampla.

Porém, os manifestantes que compareceram à Avenida não queriam saber de coxinhas infiltrados. Não queriam ver uma repetição de 2013, quando a direita infiltrou elementos fascistas de verde e amarelo e obrigou na marra a esquerda, capituladora, a abaixar suas bandeiras.

Desta vez os militantes da esquerda aprenderam a lição. Quando o ato saiu em passeata em direção à Rua da Consolação, os ativistas, trabalhadores e estudantes da esquerda cruzaram com os coxinhas infiltrados que, como sempre, provocaram os manifestantes. No entanto, foram categoricamente rechaçados. O PCO e outros companheiros da esquerda já haviam avisado que os atos são do povo e que a direita não seria bem-vinda. Mesmo assim, se infiltrou no ato para provocar e sabotar a manifestação. Precisam aprender que 2013 ficou para trás e que o povo não irá tolerar novos golpes da direita.

Manifestantes expulsam infiltrados do PSDB em ato em S. Paulo

Antes do ato virar para a Consolação, a PM iniciou a repressão com um primeiro gesto, atacando alguns manifestantes, que foram socorridos por seus companheiros.

Porém, quando o ato já se aproximava do seu destino final, a Praça Roosevelt, a PM voltou a atacar, desta vez com toda a violência. Balas de borracha e bombas de gás lacrimogêneo foram atirados contra os manifestantes, que reagiram atirando paus e pedras contra os fardados de João Doria e do PSDB. Isso revelou que o povo está radicalizado e que a tendência dos atos é ao enfrentamento direto com o governo e todo o regime de conjunto.

Conciliação x enfrentamento

No carro de som, foi visível o antagonismo – novamente – entre os dirigentes do movimento e as massas na rua. O PDT e a Força Sindical, infiltrados da burguesia, foram vaiados e chamados de “pelegos” pelos manifestantes em suas falas.

"Pelego, pelego!!":  Miguel Torres, da Força Sindical, é vaiado na Av. Paulista

Por sua vez, o presidente do PSOL, Juliano Medeiros, voltou a defender a aliança com a direita e o PSDB-MBL sob a desculpa da “unidade” pelo Fora Bolsonaro. Não foi tão cara de pau como havia sido no Twitter, quando convidara o MBL e o PSDB a se infiltrar no ato. Afinal, diante das massas que odeiam a direita, precisa ter muita coragem pra defender essa mesma direita.

Por outro lado, os manifestantes se viram representados na fala do companheiro Antônio Carlos Silva, da direção nacional do PCO. Ele denunciou a aliança com Joice Hasselmann, Alexandre Frota e Kim Kataguiri, a frente “amplinha” no superpedido farsa de impeachment que apenas coloca a esquerda a reboque do fantasma da burguesia e não levará a lugar nenhum a luta pelo Fora Bolsonaro, a não ser ao abismo.

"Nada de unidade com a direita!": Antônio Carlos Silva, do PCO, no ato de 3 de julho

Em Florianópolis (SC), Matheus Vetter, também dirigente do PCO, se dirigiu aos manifestantes no mesmo sentido. Criticou a direção do movimento por se coadunar com a direita golpista e elogiou os manifestantes que saíram às ruas na capital catarinense, mesmo diante da capitulação das direções, que no ato passado simplesmente cancelaram a manifestação sob o pretexto esdrúxulo de que estava chovendo.

Vetter também denunciou os infiltrados do PDT, que tentaram atacar fisicamente os militantes do PCO – são elementos da direita que querem expulsar o PCO da coordenação das manifestações em Santa Catarina. Com base em calúnias, buscando sabotar os atos.

No Rio de Janeiro, Henrique Simonard, do Comitê Central do Partido e da coordenação da AJR, defendeu em sua fala a expulsão do MBL e do verde e amarelo dos atos e disse que a luta é nas ruas e não nas instituições golpistas.

"A nossa cor é o vermelho": Henrique Simonard, do PCO, no ato de 3 de julho

Cidadania, PV e Marcelo Freixo falaram no carro de som. Esses partidos foram convidados oficialmente pela esquerda que, no entanto, tentou ao máximo boicotar a participação do PCO. Freixo, com seu golpismo já totalmente desnudado ao se transferir para o PSB, fez questão de defender o verde e amarelo bolsonarista no ato que, no entanto, era evidentemente vermelho, apesar de ser menor que o ato anterior.

Outro partido, agora da esquerda, que trabalhou para transformar o ato vermelho em ato verde e amarelo foi o PCdoB. Em Brasília, seus membros distribuíram bandeiras do Brasil na Praça dos Três Poderes, que recebeu 5 mil pessoas. No palanque, o partido frente-amplista também defendeu a frente ampla com a direita.

Nas outras capitais e cidades pelo País, bem como no exterior, o povo também se manifestou de maneira a ignorar os chamados da burguesia ao boicote. Embora menores, os atos mostraram-se ainda mais combativos por parte das bases militantes e das massas populares. É preciso radicalizar os atos, fazer como os companheiros de São Paulo e expulsar na marra os elementos coxinhas e fascistas infiltrados e enfrentar a repressão.

Está marcado um novo ato para o dia 24 de julho. As preparações precisam ser sérias. O PCO realiza hoje (04) a reunião ampliada de seu Comitê Central e, nela, será apresentado um balanço dos atos de ontem e da situação política nacional. Abre-se um novo período de lutas no Brasil e é preciso estar à altura do movimento e das reivindicações populares.

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