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Burguesia não consegue conter a polarização na Argentina

No dia 11 de agosto ocorrerão as primárias para definir quem serão os candidatos presidenciais na eleição de outubro na Argentina.

A campanha eleitoral já começou. De um lado, o golpista Mauricio Macri tenta a reeleição. De outro, Cristina Kirchner alavanca a chapa encabeçada por Alberto Fernández.

A imprensa argentina tem noticiado o aumento da polarização, conforme a eleição se aproxima. Macri tem focado seus ataques aos principais rivais da mesma forma terrorista que Bolsonaro fez com o PT nas eleições de 2018 no Brasil: diz que, caso os peronistas vençam, a Argentina se tornará uma nova Venezuela. O que esconde, no entanto, é que a Argentina está pior que a Venezuela, uma vez que o país do sul sequer sofre bloqueio econômico ou sabotagens e mesmo assim tem uma inflação de 50% e milhões na pobreza.

Por sua vez, a chapa “Fernández-Fernández” propaga – corretamente – que se Macri vencer, a pobreza continuará aumentando e o país será ainda mais entregue ao imperialismo. Essa é exatamente a política de Macri.

O povo argentino demonstra uma imensa insatisfação com Macri. Já foram realizadas seis greves gerais desde que chegou ao governo por meio de um golpe “branco” – as eleições de 2015. O governo macrista é um governo de crise e que, portanto, não consegue diminuir a polarização política. Esta significa uma radicalização da luta dos trabalhadores contra a direita e a burguesia devido à política de destruição golpista.

Como a esquerda argentina não apresenta um programa que supere realmente os limites do nacionalismo burguês, a população tende a apoiar o peronismo, que tem um grande apelo popular. Cristina Kirchner é a principal demonstração disso: principal perigo para a burguesia por ser a maior liderança política popular, ela vem sofrendo uma enorme perseguição política. A direita não quer que ela volte ao governo e por isso pressionou tanto sua candidatura que ela acabou abdicando de ser a candidata presidencial do bloco peronista, dando lugar a Alberto Fernández – uma espécie de “Plano B” assim como foi Fernando Haddad no Brasil.

Mesmo assim, a burguesia tem dificuldade de deslanchar Macri. Tenta de todas as formas manipular as pesquisas de opinião. Em maio, a chapa “Fernández-Fernández” estava com até oito pontos percentuais na frente, e agora a margem diminuiu para entre 1,7 e 3 pontos, mas continua na frente. É óbvio, no entanto, que existe uma grande manipulação nos números, porque Macri não tem, nem de longe, mais de 30% de apoio eleitoral. Seu governo é extremamente impopular.

O medo da volta de qualquer coisa que possa impedir minimamente a entrega da Argentina para os monopólios imperialistas – como é o caso do kirchnerismo – faz com que a burguesia ataque tão violentamente a chapa peronista. Isso expande-se para além das fronteiras argentinas – o próprio Bolsonaro já declarou em mais de uma ocasião que é inadmissível uma vitória da chapa de Cristina Kirchner.

Isso representa a política do imperialismo: os países da América Latina precisam manter seus regimes golpistas para garantir o saque de suas economias. A Argentina, como um dos principais países da região, tem que ter um segundo mandato de Macri, já que ele é o único candidato viável da direita. Caso isso não ocorra, a burguesia tentará domesticar o máximo possível Alberto Fernández, e conseguir um acordo conciliatório com Kirchner para assegurar um mínimo de estabilidade política, conter os trabalhadores para manter os seus lucros. Mas seria uma saída arriscada, por isso tantos ataques ao kirchnerismo.

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