Nesta quarta-feira, a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) marcou uma reunião aberta para supostamente “debater” sobre o retorno presencial das atividades na instituição. O encontro ocorrerá às 10h e será transmitido através da plataforma de radio da universidade, Farol, e também no youtube da Prograd UFSM. Valendo lembrar que desde março de 2020, a UFSM está realizando EAD, ou ensino remoto, sem atividades acadêmicas e administrativas presenciais.
Na reunião estarão presentes o reitor da UFSM, Paulo Afonso Burmann, o vice-reitor, Luciano Schuch, pró-reitores e diretores de unidades. Os prefeitos e presidentes da Câmara de Vereadores dos quatro municípios em que a UFSM tem sede, bem como representantes da Sedufsm, Assufsm, Apusm, Atens e DCE também foram convidados para a sala do Meet.
Sobre a pretensão de um “debate” entre a reitoria, seus funcionários e os estudantes, há um perigo central que não pode ser ignorado: a retomada das aulas presenciais é um ponto real de discussão para os elementos da burguesia que a impulsionam. Esse debate, uma clara campanha para impulsionar a retomada, bem equipado com políticos, autoridades e lideranças estudantis, não existe com o intuito democrático de chegar “a melhor conclusão acerca do problema”.
Vemos isso em todas as medidas estudantis neste ultimo período da pandemia, como a manutenção dos vestibulares agora em janeiro, por exemplo. A manutenção desses exames vestibulares significa que os estudantes oriundos da classe trabalhadora, que já possuem uma desvantagem enorme em relação aos estudantes pequeno-burgueses e burgueses, só se prejudicarão com a ocorrência desta prova, dadas as condições mais desiguais do que a norma brasileira trazidas pela pandemia e a farsa do EAD. Afinal, em 2020 não houve um ano escolar significativo, fato este que é reconhecido, inclusive, pelo Conselho Nacional de Educação (CNE) ao propor a extensão do ano escolar a 2021. Agora, a diminuta nova leva de estudantes destes concursos, considerando 51% das abstenções do ENEM, irão ser empurrados para as aulas presenciais nas universidades para satisfazer as necessidades de uma burguesia que não se importa com os mais de 1000 mortos por dia por Covid-19.
Tendo isso em mente, só há uma possibilidade para os estudantes da classe operaria: é necessário organizar a juventude para lutar por suas reivindicações através da mobilização. São estas ações que permitem com que a luta politica obtenha êxito, pois a luta das categorias estudantis partem de uma questão politica principal, que é a luta pelo fora Bolsonaro e todos os golpistas, pelo fim do ano letivo até o fim da pandemia.