A burguesia leva adiante uma forte campanha na imprensa capitalista pelo retorno às aulas nas redes públicas e privadas de ensino de todo o país.
No Estado do Amazonas, governado pela extrema-direita bolsonarista, as aulas foram retomadas na rede pública de ensino no final do mês de julho. Ao redor de 342 professores foram infectados, o que motivou o cancelamento do retorno. Diversas escolas estaduais se tornaram focos de transmissão da doença e professores, alunos, funcionários e pais foram expostos à contaminação e à morte.
O retorno às aulas é uma pauta prioritária para a burguesia nesse momento. Trata-se de preservar seus negócios e lucros, mesmo que isso custe a expansão do coronavírus. Por isso, os capitalistas pressionam os governos pela formulação e implementação de planos para a retomada total das atividades.
A queda no número de mortes diárias divulgada pela imprensa não passa de uma manipulação política dos dados. A imprensa burguesa, a serviço dos grandes capitalistas e bancos, manipula os dados para dar a impressão de que a situação está em processo de normalização. Se a situação já está em vias de se normalizar, a retomada das aulas se justificaria.
Nada foi feito pelos governos de direita, de norte a sul do país, para organizar a população para o enfrentamento da pandemia. Os governadores golpista que se apresentaram como “científicos” e “razoáveis” seguem a mesma política proposta por Jair Bolsonaro, a de “deixar morrer quem tiver que morrer”. Mesmo as parcas estruturas de combate a doença já estão em processo avançado de desmonte.
A subnotificação dos dados impede que se tenha uma noção exata das consequências da pandemia. Desde o início, diversas universidades salientaram que os dados divulgados não retratavam a amplitude da pandemia. Cabe destacar que os governos, começando por Bruno Covas e João Dória, ambos do PSDB, mudaram a metodologia de compilação dos dados, de forma a diluir o número de mortes diárias em um determinado período.
A pandemia está totalmente fora de controle. São 4.315.858 casos confirmados da doença e 131.274 óbitos registrados. Nas últimas 24 horas, 814 pessoas foram a óbito no país. Mesmo que se houvesse uma queda real no número de mortes, a situação está muito longe de qualquer normalidade.
O capital financeiro, setor mais poderoso da burguesia mundial, organiza e patrocina a campanha pela volta às aulas. É preciso mobilizar a juventude, os professores e toda a comunidade escolar contra a volta às aulas.