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Massacre dos pobres

Bruno Covas quer despejar 390 famílias de sem teto do Centro

Em meio à pandemia da Covid-19, o governo de Bruno Covas tenta se aproveitar da situação para impulsionar a política de despejos ligada à especulação imobiliária

Cracolândia

Em meio à epidemia mais grave em um século, a prefeitura de São Paulo está tentando desalojar 390 famílias que residem em imóveis ocupados na região da “Cracolândia”, no bairro da Luz, centro da capital paulista. Segundo o prefeito Bruno Covas (PSDB), “A reintegração das quadras 37 e 38 está prevista há algum tempo, não é nenhuma novidade. Aqueles que acompanham as ações da prefeitura sabem que isso já tinha sido solicitado há um tempo”. No entanto, o MP-SP recomendou a suspensão de despejos durante a pandemia, o que configuraria um grave atentado à saúde e às condições de vida dos envolvidos.

A política dos governos de direita na prefeitura, desde a época de Gilberto Kassab (PSD), passando por João Dória (PSDB) e Bruno Covas (idem), tem sido de despejar as famílias de baixa renda que residem na região da Luz para viabilizar a chamada “Operação Urbana Luz”, que consiste em expulsar a população de baixa renda, demolir os imóveis e promover a construção de lucrativos edifícios residenciais, transformando a região da luz em um reduto de classe média.

A existência de ocupações de moradia e da chamada “Cracolândia” no bairro inviabiliza os projetos dos capitalistas da construção civil e da especulação imobiliária para a região. Por isso, são comuns na região as operações policiais violentas, com tiros de munição letal, demolições com pessoas dentro dos edifícios, entre outras barbaridade inacreditáveis.

De acordo com o prefeito de São Paulo, o despejo “faz parte de ações para tentar diminuir o fluxo que está lá presente, que sempre foi uma preocupação e agora é uma preocupação extra para evitar aglomerações.” A prefeitura, ainda, pede “urgência” nas ações de despejo em ofício enviado ao TJ-SP. Isto é, o governo municipal está utilizando a pandemia como pretexto para justificar o despejo de uma população completamente vulnerável, revelando uma grande capacidade para o exercício do cinismo da parte de Bruno Covas.Para não cometer injustiças, é importante lembrar que esse comportamento não se restringe apenas ao prefeito de São Paulo. Na última quarta-feira, após um ato da APEOESP contra a reabertura das escolas em setembro, a Secretaria da Educação do governo João Dória (PSDB) afirmou que o ato dos professores era ofensivo por acontecer em meio à pandemia e próximo ao hospital Albert Einstein.

O que vemos, portanto,  são governos absolutamente responsáveis pela atual situação de descontrole da epidemia tomando refúgio no discurso da saúde pública para atacar as maiores vítimas de sua política genocida: os trabalhadores e os marginalizados socialmente, caso dos moradores da cracolândia. Trata-se da mais nova variante do característico “moralismo sem moral” praticado pelos políticos burgueses.
O mais impressionante nisso tudo é que a esquerda, ao invés de se opor à política genocida dos governos do PSDB, está abertamente elogiando esses governos como “científicos” e “responsáveis”, em uma postura de franca colaboração política com a burguesia, em traição aos interesses da classe trabalhadora. Os golpistas de 2016, dessa forma, encontram-se com as mãos livres para executar o seu programa de massacre do povo, pois as organizações políticas que supostamente deveriam fazer oposição aos governos de direita ou não têm política própria, caindo em uma completa desorientação, ou pior, adotam para si a própria política da burguesia.
Para que seja construída uma saída para a atual crise política no país é fundamental que a esquerda nacional tenha independência política da direita golpista e da burguesia em geral. Para isso, é urgente a elaboração de um programa da esquerda para o enfrentamento imediato da epidemia e da crise econômica. A luta contra a Covid-19 e o genocídio que ora ocorre em nosso país, no fim das contas, é a própria luta contra o golpe de estado e o governo ilegítimo de Jair Bolsonaro.

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