O prefeito Bruno Covas (PSDB), um expoente da direita tucana que se autointitula como “democrática”, deu o prazo de até dia 22 desse mês para a desocupação do Viaduto Alcântara Machado, bairro da Mooca, na cidade de São Paulo. A Justiça de São Paulo expediu o mandado de reintegração de posse solicitada por Bruno Covas, apadrinhado político do governador fascista João Dória.
A expedição do mandado de reintegração de posse em favor da Prefeitura significa que todo o aparato de repressão estatal será utilizado para seu cumprimento, com o uso da Tropa de Choque, cães, bombas de gás lacrimogêneo e tiros de balas de borracha e encarceramento para retirar os moradores do local.
As famílias que vivem no Viaduto aceitam sair sob a condição de receberem auxílio aluguel (valor de R$ 400,00) e cadastramento em programa habitacional da Prefeitura. Cerca de 250 pessoas vivem no local, que conta com banheiro, lavanderia, cozinha, biblioteca e refeitório coletivo que alimenta 120 pessoas por dia. Estima-se que entre 300 a 400 pessoas por façam uso da estrutura diariamente. Os moradores, geralmente desempregados, catadores de materiais recicláveis, ajudantes de serviços gerais, pessoas que não têm outra alternativa de sobrevivência, afirmam que se não for apresentada nenhuma opção pelo poder público, vai haver resistência, pois não aceitarão a perda total de sua dignidade.
Os moradores relatam que o prefeito Bruno Covas não ofereceu qualquer alternativa diante do mandado de reintegração de posse. Famílias que vivem no local serão simplesmente lançadas na rua. O sociólogo Paulo Escobar afirma que a Prefeitura atende aos interesses da especulação imobiliária, que tem interesse na valorização do local e no uso para empreendimentos comerciais.
O caso em questão demonstra que a direita que se classifica como “democrática”, caso do PSDB, é tão hostil aos interesses do povo quanto a direita bolsonarista, abertamente fascista. Em todas as ocasiões, a direita “democrática” não hesita em utilizar-se da violência do aparelho de repressão estatal para garantir que prevaleça os interesses dos capitalistas.