Na última sexta-feira (26), o ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Sergey Lavrov, rebateu as declarações do ministro brasileiro das Relações Exteriores, o bolsonarista Ernesto Araújo, sobre a situação política na Venezuela. O ministro russo não hesitou em defender o povo da Venezuela, afirmando que a crise política no país latino deveria ser resolvida “sem interferência de fora”.
As declarações de Ernesto Araújo que levou à reação do ministro russo foram feitas em uma reunião entre representantes dos países que compõem o grupo dos Brics – Brasil, China, Rússia, Índia e África do Sul. O chanceler brasileiro disse que “um grito que pede liberdade” vem da Venezuela, sugerindo que o imperialismo interferisse diretamente na política venezuelana e colocasse abaixo o regime chavista, fortemente apoiado nos trabalhadores e na população em geral.
As declarações de Araújo na reunião dos Brics mosta o quanto o governo Bolsonaro é capacho do imperialismo norte-americano. China, Índia e Rússia defendem o governo venezuelano e têm desenvolvido uma série de parcerias com o país governado por Nicolás Maduro, enquanto a África do Sul tem adotado uma posição mais neutra. Insistir em caracterizar o governo venezuelano como uma ditadura na reunião dos Brics coloca Araújo e Bolsonaro como verdadeiros títeres do imperialismo.
Para defender sua política pró-imperialista em relação à Venezuela, Araújo utilizou as mesmas calúnias e falsificações que vêm sendo divulgadas pela imprensa capitalista:
Temos lá na Venezuela um governo constitucionalmente estabelecido e um regime que se sustenta pela força, que produz a miséria e o sofrimento do seu povo, que provocou o êxodo de 4 milhões de venezuelanos para o exterior.
Além de ser um inimigo de seu próprio povo, o governo Bolsonaro pretende atacar todos os povos do mundo, de modo a contentar os bancos norte-americanos e europeus. Por isso, é preciso pôr abaixo imediatamente o governo. Fora Bolsonaro e todos os golpistas! Fora imperialismo da Venezuela!