As três principais divisões do campeonato brasileiro tiveram início no dia 7 de agosto, desde então, foram realizados aproximadamente 2.700 testes entre os jogadores dos 60 principais clubes nacionais. A partir de análises laboratoriais, foi possível detectar que 16% dos jogadores examinados já foram contaminados pela Covid-19, o que assevera que o atleta profissional de futebol não está imune aos efeitos da pandemia que assola cotidianamente os trabalhadores brasileiros.
Nessa semana, fontes da grande imprensa indicam que a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) pretende diminuir a quantidade de testes nas próximas rodadas da competição, dado que, julgam a situação sob controle dentro das quatro linhas.
Entretanto, a desorganização do campeonato brasileiro gerou frequentes situações de risco de contaminação, o que desde a primeira rodada vem resultando em diversos adiamentos de partidas do campeonato. No dia 12 de agosto, o Sindicato dos Atletas de São Paulo entregou documento à CBF, comunicando que se o campeonato não fosse gerido de maneira operante para com a saúde dos atletas, pleitearia judicialmente a interrupção do certame.
Também nesse sentido, o presidente do Sindicato dos Atletas Profissionais de Alagoas afirmou que entende a necessidade de trabalho dos atletas, mas acredita que o campeonato brasileiro apenas deveria voltar quando existisse uma vacina para o novo coronavírus.
Decerto, é evidente que a CBF não se preocupou com as condições sanitárias ideais para o retorno do futebol no país, o que demonstra grave desrespeito não somente aos jogadores, mas também aos milhares de trabalhadores que compõe uma agremiação profissional de futebol.
A preocupação de entidades sindicais de atletas de futebol também se baseia na perspectiva de que algumas regiões do Brasil voltaram a registrar aumentos nos casos do novo coronavírus, que, segundo levantamento feito a partir dos dados das prefeituras brasileiras, já teria atingido trabalhadores em 72% dos municípios do país.
É possível observar que, mais uma vez, os holofotes da grande imprensa esportiva brasileira permanecem despreocupados em expor as graves falhas na administração do maior torneio do futebol nacional, atitude esta que é de praxe, precipuamente quando se observa a omissão na cobertura das práticas genocidas diárias do atual governo brasileiro.
Por fim, ressalta-se que tal situação demonstra a importância do trabalho de base na conscientização dos jogadores de futebol, visto que, faz-se de imprescindível importância que os jogadores se reconheçam como atletas profissionais de futebol, ou seja, dentro ou fora da cancha, são trabalhadores, tais como os apaixonados espectadores do esporte bretão.