Na semana passada o Brasil chegou à marca terrível e impressionante de 100.000 mortos pelo coronavírus, fazendo com que o país esteja atrás apenas dos Estados Unidos em número de mortos.
Desta maneira, na semana passada, os Estados Unidos completaram mais de 160.000 mortes, sendo que o México ocupa o terceiro lugar com 52.000 mortes e Reino Unido o quarto lugar com mais de 46.000 mortes, seguidos por Índia, Itália, França e Espanha. Em todo o mundo já são mais de 730.000 mortes e quase 20 milhões de casos confirmados.
Os dados brasileiros são aterradores, ainda mais quando se leva em conta que são três milhões de casos da doença. Este número pode ser muito maior já que o número de testes aplicados à população é ínfimo. O Brasil é um dos países que menos testa no mundo, fato comprovado por inúmeros especialistas. O vírus vitimou pessoas em pelo menos 3.692 dos 5.570 municípios brasileiros, ou seja, 66,2% do total. Tudo isso em um espaço curto de tempo de apenas cinco meses, desde a primeira morte, que ocorreu em 12 de março deste ano.
Segundo o coordenador do Laboratório de Inteligência em Saúde (LIS) da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP, Domingo Alves, se continuarmos neste ritmo o Brasil deve chegar às 200.000 mortes em meados de outubro, daqui a apenas dois meses. Devemos contar ainda que estes números são os oficiais, aqueles divulgados pelos governos federal e estaduais. Por causa das subnotificações e pela manipulação do governo os números reais devem ser seis ou sete vezes maiores.
O especialista criticou duramente o governo federal por sua negação da pandemia, ou seja, por tratar da crise como uma “gripezinha”, sem executar uma crucial política nacional integrada de combate ao Covid-19, além de permitir e incentivar a reabertura de todas as atividades bem em meio ao auge da contaminação.
Realmente toda esta escala sem precedentes da pandemia só pode ser creditada à deliberada política de imobilismo do governo federal, seguido pelos governos estaduais. A falta de testes para o conjunto da população, a falta de leitos de UTI e o pequeno número de profissionais da saúde são apenas alguns dos dados que deveriam ter sido considerados desde o início da doença. No entanto se constatou que o governo Bolsonaro preferiu destinar trilhões aos banqueiros e apenas esmolas para a área da saúde e para o auxílio emergencial da população.
Ficou evidente que os governadores como Dória, Witzel e Zema nunca tiveram discordâncias com o governo federal. A única política que estes governadores fizeram foi pregar o isolamento social, coisa que apenas uma parcela da classe média tinha condições de realizar. Sempre tiveram o mesmo objetivo de sacrificar as vidas do povo para manter os lucros dos capitalistas. Sua única diferença era dar uma aparência “científica”, tentando mostrar uma preocupação com a evolução da doença. Esta aparência já caiu por terra.
Nesta semana uma declaração do secretário geral da ONU, Antonio Guterres, deixou clara a intenção do conjunto das burguesias em todo o mundo. Guterres conclamou todos os países do mundo a concentrarem seus esforços em reabrirem as suas escolas o quanto antes. A ONU lançou uma campanha chamada “Save Our Future” (salve nosso futuro) em que pede pela reabertura das escolas e que isso seja prioridade das decisões econômicas de todos os países. No entender da entidade a paralisação pode trazer um impacto no desenvolvimento das próximas décadas.
Esta declaração é um escândalo, que coloca a nu as intenções da burguesia mundial. As populações são dispensáveis, as escolas têm que funcionar de qualquer maneira.
Devemos repudiar de modo veemente todas essas medidas. As escolas só podem ser reabertas com segurança total e com uma vacina com 100% de proteção.
Por tudo isso temos que manter nossa principal campanha, o Fora Bolsonaro, única saída para os trabalhadores, pela derrubada do maior agente do genocídio que ocorre no Brasil. Fora Bolsonaro!