Um estudo recente, realizado pela Universidade de São Paulo (USP), demonstra que, ao contrário do que está sendo divulgado pelo governo Bolsonaro, é possível que o Brasil já esteja com 2 milhões de infectados pelo coronavírus.
Ao G1, um dos professores responsáveis pela pesquisa, Domingo Alves, afirma que “se eu for levar em consideração o número de óbitos que são efetivos, tentando fazer uma estimativa, tirando a subnotificação, o meu modelo, honestamente, explode com o número de casos. Esse modelo é otimista e, por isso, eu tenho defendido de que o Brasil, necessariamente, para o mundo, já é o principal foco da epidemia”, disse Domingos, que é professor da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, da USP.
Quer dizer, a previsão de 2 milhões de infectados é otimista, o que significa que está acontecendo um verdadeiro genocídio do povo negro, do povo trabalhador, que é quem não tem os recursos e os meios para, individualmente, resistir à crise de saúde e econômica.
Apelar para o indivíduo tomar as providências contra a crise de saúde; que ele, sozinho, se responsabilize para não ser infectado, através da farsa que é a quarentena, é uma política covarde das organizações de esquerda e de qualquer organização que tenha alguma preocupação remotamente humana.
Por isso o Partido da Causa Operária (PCO) deliberou pela política de organizar os comitês de luta, os conselhos populares, que devem organizar o povo para levar adiante a luta por suas reivindicações mais sentidas, as reivindicações imediatas, como os equipamentos de saúde, testes, garantia de empregos, etc.
Ao contrário do que apresenta a imprensa burguesa e a própria esquerda, o momento não é de “união”, pelo contrário, a crise serviu para acentuar a oposição que existe entre os trabalhadores e os patrões, serve para acentuar a luta de classes, de conjunto. A direita, a burguesia, não quer saber de cuidar do povo, muito pelo contrário.
É uma política, do PCO, que não vira às costas para o povo sofrido. Na verdade, tem o objetivo de organizar a população, é dizer, de apelar para os métodos tradicionais do povo, que ao longo da história provou que qualquer direito só pode ser conquistado com a luta organizada da população trabalhadora, por suas organizações.
Aguardar que os abutres do povo, os governadores, resolvam o problema da pandemia, do desemprego, é aguardar por nada. Na verdade, a burguesia tem uma política muito bem definida para a crise: deixar o povo morrer, e salvar os lucros dos empresários. Até aí, nenhuma novidade.