A burguesia brasileira havia lançado no mês de abril uma atualização de sua política. O isolamento iria ser substituído pela reabertura gradual do comércio e demais atividades, uma forma de fazer com que os trabalhadores se sacrifiquem na pandemia em prol da manutenção dos lucros dos capitalistas.
Contudo, a pandemia se desenvolve rapidamente em todo país, que já ultrapassou o número de mortos da China e encaminha-se para em breve se consolidar como epicentro da pandemia em todo o mundo. Graças a isso, mesmo com a intenção que promover a reabertura, muitos governadores precisaram dar a marcha a ré, adotando medidas desesperadas de contenção da doença.
Um dos dados mais significativos é representado pelos leitos de UTI restantes em todo país. As previsões indicam que em maio todos os leitos estarão superlotados na maioria dos Estados (20), levando a um colapso geral do país.
O Brasil pode registrar mais de 40 mil infecções diárias após a primeira semana de junho, e um déficit de leitos acima de 20 mil ao final do mês.
Dessa forma, a tendência nos próximos dois meses é de uma piora significativa no quadro geral da saúde. A pandemia vai aos poucos aproximando-se do seu pico no Brasil, promovendo um massacre geral da população devido à falta de medidas dos governos.
Em relação a isso, os governadores de 18 Estados e do Distrito Federal anunciaram a prorrogação da quarentena em conjunto com uma política de endurecimento contra o coronavírus.
Acre, Alagoas, Amapá, Amazonas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Pará, Paraíba, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rondônia, Santa Catarina, São Paulo, Piauí e Sergipe estenderam as restrições, indo na contramão da política anunciada recentemente que defendia a abertura gradativa dos locais.
A região metropolitana de São Luís, no Maranhão, já decretou lockdown (bloqueio total), impedindo até mesmo a locomoção do transporte privado.
Dessa forma, nem mesmo a vontade da burguesia pode prevalecer. Com um forte receio de que essa pandemia torne-se ainda mais descontrolada, e que isso fortaleça as bases para uma convulsão social, algo já visto em vários setores da população, a política de reabertura precisou ser temporariamente suspensa pelos governadores.