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Fora militares golpistas!

Braga Neto foi responsável pela intervenção militar no RJ em 2018

Para Braga Netto, os milhares de relatos de torturas, covas clandestinas, estupros, assassinatos nas ruas, foram a defesa da democracia e da pacificação do país.

O novo ministro golpista da Defesa, general do Exército Brasileiro Walter Braga Netto, responsável pela Intervenção Militar no Rio de Janeiro em 2018, divulgou nesta terça-feira (30) um texto escabroso intitulado “Ordem do Dia Alusiva ao 31 de Março de 1964”, onde aplaude os milicos que, outrora, deram um golpe de estado no povo brasileiro, comandado diretamente pelo imperialismo norte-americano, que, inclusive, infiltrou agentes do FBI dentro de nosso próprio país para controlar a repressão.

O que deveria ser considerado mais verdadeiro crime de um militar dentro de um governo – dito civil -, não foi condenado pelos “heróis” da esquerda pequeno-burguesa no STF (Supremo Tribunal Federal), nada disso!

Para o general, assim como para toda a família de Bolsonaro, lembrando aqui o que disse o deputado federal, Eduardo Bolsonaro (PSL-RJ) ainda hoje, o “movimento de 64”, movimento que gerou 434 mortes e desaparecimentos, foi feito “seguindo a lei” e a “vontade popular” para garantir a “democracia”. Logo, as centenas de processos gerados pelas centenas de depoimentos de torturados, ou por familiares de vítimas à época, na chamada Comissão da Verdade, as torturas, as mutilações de seres humanos vivos, as cadeiras de choque elétrico, o esquartejamento das vítimas para serem enterrados em covas clandestinas, os fornos clandestinos para queimar os corpos que sumiam toda semana, os estupros de mulheres que depois eram expostas em frente aos filhos para entregarem seus companheiros de luta sindical, os assassinatos em meio as ruas das principais capitais, como o caso de Marighela, e o massacre de milhares de indígenas para os fazendeiros roubarem as terras, de trabalhadores de diversos setores da sociedade brasileira… tudo isso seria mentira de um bando de comunistas.

Histórico do general fascista e sua corja:

No Exército desde 1975, Braga Netto atuou no Rio durante grande parte da sua carreira, o que, já de saída, nos remete as ligações deste com a família de milicianos na presidência.

Quando ainda era coronel, Braga Netto ocupou o cargo de adido militar do Brasil na Polônia, entre os anos de 2005 e 2006.

Em 2012, passou a ocupar a aditância militar nos Estados Unidos e Canadá — enquanto exercia o cargo em Washington, foi promovido a general de Exército. Ligações intimas dentro dos EUA no período onde o golpe era preparado para depois ser enviado de volta ao Rio.

De volta ao Rio, Braga Netto foi o responsável pela segurança dos Jogos Olímpicos de 2016, antes de ser nomeado para assumir o Comando Militar do Leste, em meio a campanha golpista da direita contra Dilma Rousseff (PT).

Um oficial que serve no Rio descreveu Braga Netto, como um militar rígido, mas que não compartilha o pensamento “linha dura” de outros generais como Sérgio Etchegoyen, que chefiou o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência durante o governo Temer, e é da família de criminosos de períodos dos golpes passados no país, o que demonstra que deve ser mais político e menos ideológico – um grande perigo histórico das figuras de direita.

De fevereiro de 2018 a janeiro de 2019 foi o interventor federal no estado do Rio de Janeiro, iniciando suas atrocidades dizendo que o Rio era um laboratório para todo o Brasil. 2018 foi o ano com o maior número de mortes causadas por policiais no Estado desde que se iniciou a série histórica, em 2003. Foram 1.444 mortes até novembro, segundo dados oficiais que, é claro, esconderam a realidade de um massacre ainda muito maior.

A plataforma Fogo Cruzado registrou 8.237 ocorrências desde o início da intervenção até às 9h da manhã de 15 de dezembro. Nos mesmos 10 meses do ano anterior foram 5.238 tiroteios. Além disso, analisando os 10 meses anteriores a intervenção, entre os dias 16 de abril de 2017 até 15 de fevereiro daquele ano, foram 5.669 tiroteios. Podemos calcular, assim, uma morte a cada 5 horas. No mês de junho, o número de casos quase chegou ao patamar de janeiro, com 155 mortes. Isso quer dizer que, por dia, cinco civis morreram em ações policiais no Rio de Janeiro. Esse foi o segundo maior número de casos em um único mês nos últimos 20 anos, período cujos dados estão disponíveis no ISP.

A intervenção acabou em 31 de dezembro de 2018 sem que fosse solucionado o assassinato da vereadora carioca Marielle Franco (PSOL), executada em março daquele ano por forças de extrema direita da qual o exército faz parte. Na avaliação do Observatório da Intervenção, iniciativa do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania da Universidade Candido Mendes (CESeC/Ucam), a atuação das Forças Armadas não trouxe melhorias estruturais para a segurança pública do Rio.

Um breve parêntese. É valido falar neste ponto sobre Walter Delgatti Neto, o chefe do grupo de hackers que invadiu telefones celulares, copiou e divulgou mensagens do então juiz Sergio Moro e de procuradores da República, que são uma verdadeira quadrilha internacional, e que envolvem o nome de Braga Netto – que nunca será investigado, é claro. Delgatti contou que o grupo invadiu o celular do general, na época o atual chefe do Estado-Maior do Exército, revelando que uma provaria a ligação do Exército com um assassinato. Nesse período, de acordo com o hacker, o general recebeu um vídeo de um de seus comandados com o relato da execução sumária de uma pessoa. “Assim que eu abri, vi o homem sendo executado”, contou.

Poderia ser uma dessas imagens de crime que circulam pelas redes sociais? Delgatti afirma que não. As imagens mostrariam que foi o próprio executor quem enviou a mensagem ao general, que teria reagido de maneira singular, repreendendo o subordinado não pela morte, mas por usar o celular durante a operação. “O rapaz matou, gravou e enviou a imagem ao general. Ele xingou. Abre aspas: ‘Usando o celular no combate. Está ficando louco?’. Foi isso que eu vi”, garantiu o hacker. O vídeo foi entregue à Polícia Federal, o que deixa no ar a pergunta: onde estão os “heróis” do STF? Porém, nas denuncias de Delgatti também estão ligações entre figuras do STF, com todos estes golpistas, em todas as instâncias de poder, incluindo os militares.

A operação impulsionou a carreira do general Braga Netto. O então comandante militar do Leste foi promovido na sequência a chefe do Estado Maior do Exército, e, menos de um ano depois, era nomeado chefe da Casa Civil do presidente Jair Bolsonaro, como o primeiro militar a comandar a pasta desde a ditadura militar. No papel de maestro do governo, vem coordenando o “enfrentamento’ à pandemia da COVID-19 e foi um dos responsáveis por aproximar o governo dos políticos do Centrão.

É preciso lembrar também que a intervenção militar no Rio de Janeiro, desde seu princípio, foi um prelúdio para um possível golpe militar no país, que no Rio já vem se concretizando. Hoje essas condições já estão dadas, os militares já estão articulados por dentro das instituições, por isso o aprofundamento do golpe de Estado é parte crucial desse processo, e que, treinou um interventor no Rio, para finalmente, coloca-lo no posto maior do golpe.

Essas figuras nazistas estarem no poder é um verdadeiro escárnio com a história da luta de classes dos operários brasileiros, que passaram 21 anos com medo até de pensar em algo que fosse contra o “regime democrático”, e sendo ameaçados pelo “pau-de-arara” ou pela “cadeira do dragão”.

Após uma luta gigantesca de massas nas ruas, resultado na volta à “democracia” burguesa, a crise do sistema capitalista é tão grande que a burguesia não suporta o mínimo do mínimo de direitos aos trabalhadores e coloca seus cachorros raivosos para latirem mais uma vez.

Por fim, temos que ressaltar brevemente o papelão de uma esquerda “pacifista” (que aqui deve estar a lado do general, já que ele citou a tentativa das Forças Armadas de tanques na rua para “pacificar o país”), que não aprendeu nada com a ditadura anterior e, agora, está debaixo da cama vendo uma ameaça aberta de um militar criminoso dentro do governo.  Para esta esquerda, que vive de internet, um posto no twitter salvará a democracia. Porém, sabe-se lá qual democracia é esta que vivemos!

Hoje, o fascista defendeu as atrocidades de 1964, mas a esquerda proletária de verdade respondeu nas ruas de todo o país. Os trabalhadores que aprenderam com a História sabem que Bolsonaro não é o único fascista, mas sim, toda uma corja de militares dentro do governo que precisam ser removidos pela força das massas e julgados pelos seus crimes históricos.

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