Este Diário vem dando um grande destaque para a política de terra arrasada dos banqueiros para com os seus funcionários. Arrocho salarial, terceirizações, sobrecarga de trabalho, assédio moral, descomissionamento, demissão em massa é o que está em voga nos bancos.
As demissões na categoria sempre foi um recurso utilizado pelos banqueiros golpistas que tem como objetivo fundamental o aumento dos seus lucros. A estratégia é demitir aquele funcionário mais antigo, que percebe um salário um pouco melhor, por novos funcionários ganhando bem menos. Mas, agora, em tempos de pandemia e, com a agudizarão da crise econômica mundial, os banqueiros partiram para uma nova ofensiva reacionária.
Mesmo com lucros estratosféricos, os bancos passaram a demitir os bancários antes do final do primeiro semestre deste ano, semanas depois de se comprometerem na mesa de negociações, com o movimento sindical, a não recorrerem à demissão durante a pandemia. Assim, desde janeiro, já foram mais de 12 mil demissões, sendo os campeões de demissões o Bradesco, Itaú e Santander.
O Bradesco, somente nas últimas semanas jogou no olho da rua cerca de 700 trabalhadores, apenas da cidade São Paulo e, pior, as demissões acontecem com um requinte de crueldade. Não são poucas as denúncias dos bancários da forma como são tratados na hora de serem mandados embora e, em relação ao sentimento daqueles que permanecem na empresa:
“Fomos tratados como lixo (…), sem ética, sem pudor (…) Muitos anos de dedicação. Não me arrependo de nada que fiz, porque foi um eterno aprendizado e isso ninguém tira. Tenho muito a agradecer por tudo e por ter trabalhado numa organização que possibilitou isso. Mas no final deixou um remorso da forma que fomos tratados” (Site Sindicatos dos Bancários de SP 26/10/2020).
“Estamos bem apreensivos, morrendo de medo. Todo dia, quando vamos trabalhar, não sabemos se vamos ser os próximos. A gente passa todo dia um abuso moral muito grande. Qualquer coisa eles falam que a gente vai ser demitido. O Bradesco está acabando com a saúde de todos os funcionários”, relata um bancário do Bradesco Financiamentos.
Os funcionários, além de sofrerem todo o tipo de arbitrariedades, pressões, arrogância, assédio por parte dos chernetes de plantão dos banqueiros, convivem com o fantasma das demissões rondando as suas cabeças. Segundo maior banco privado do País, o Bradesco vem reduzindo substancialmente o seu quadro de funcionários.
No banco Itaú a situação não difere em nada. Trabalhadoras, que se encontram afastados por estarem gestantes, denunciam que estão sofrendo pressão para voltar às agências quando, o Brasil é o terceiro país no ranking mundial de contaminação e o segundo em número de mortos pelo novo coronavírus. Passam por cima das normas do banco, que determina o afastamento de gestantes e trabalhadores com doenças crônicas como pressão alta, diabetes, cardíacos, etc.
É preciso barrar a ofensiva dos banqueiros. Somente uma ampla mobilização poderá por fim as demissões e os ataques dos patrões.
Os sindicatos devem reabrir as suas porta imediatamente e mobilizar os trabalhadores contra a onda de demissões que certamente continuará a ocorrer.