Mesmo em meio à pandemia e obtendo lucros bilionários, grandes bancos brasileiros estão demitindo trabalhadores. Em Curitiba e Belo Horizonte, os bancários estão sofrendo na própria pele a mais atual onda de demissões, que vem do Bradesco, Itaú, o Santander e o Mercantil do Brasil. No Bradesco apesar do lucro de R$ 7,626 bilhões no 1º semestre de 2020, com crescimento de 3,2% no lucro comparado ao 1º trimestre do ano, ou seja, tendo um aumento do lucro na pandemia. Além do bilionário lucro do Bradesco, o Itaú é atualmente a marca mais valiosa do Brasil, avaliada em R$ 24,5 bilhões, e o espanhol Santander tira do Brasil seu maior lucro no mundo.
Na última semana, o Bradesco promoveu demissões em massa na cidade de Curitiba, por meio de teleconferências e por telefone, os bancários foram despedidos, com um agravante, isso ocorreu logo após o encerramento da campanha salarial, que de acordo com os sindicatos os banqueiros do Bradesco, haviam firmado compromisso do banco com seus funcionários e com os sindicatos que representam a categoria de que não haveria demissões.
Segundo Antônio Luiz Fermino, presidente do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancários, Financiários e Empresas do Ramo Financeiro de Curitiba e região: “Não podemos deixar que neste momento de pandemia o Bradesco ou qualquer outro banco descumpra o acordo feito há alguns meses, desde o início da pandemia, de não demissão. Não há justificativa para o sistema financeiro demitir ou afastar pessoas do seu quadro, pessoas que estão contribuindo, fazendo o seu papel, mesmo que em home office. Não é admissível, até porque o sistema financeiro continua lucrando”. De acordo com o sindicalista a projeção dos banqueiros é fechar 500 agências.
Nesta quinta-feira, as agências bancárias e os centros administrativos do Bradesco na região central de Curitiba (Palácio Avenida, Curitiba Centro, Monsenhor Celso, Rua das Flores, Emiliano Perneta e Comendador Araújo) amanheceram fechadas e em greve durante todo o dia. O protesto é contra as demissões realizadas pelo Banco.
Em Belo Horizonte, as demissões aumentam. Segundo o Sindicato dos bancários de BH, na capital mineira, o Bradesco, também emitiu um comunicado que dá a entender que pretende iniciar um processo de demissões. Além do Bradesco, Itaú, o Santander e o Mercantil do Brasil demitiram milhares de bancários no último período.
O campeão das demissões em 2020 é o Santander. Foram cerca de mil bancárias e bancários demitidos desde maio, quando o banco começou a escalada de demissões. O lucro do banco no país representa 32% de todo seu lucro mundial.
A situação dos bancários no Brasil escancara o programa dos golpistas para a situação atual de crise do capitalismo monopolista (o imperialismo). A receita das aves de rapina para a situação é desemprego para os trabalhadores e cada vez mais concentração de renda para os banqueiros.