Quando a história é contada por quem está disposto a simplesmente ocultar a própria história, quanto aos feitos de alguém, pelo menos, podemos dizer assim sobre a frase de que “Erundina tenha sido a melhor prefeita de São Paulo”.
No final da década de 70 e, nos anos 80 começaram a estourar greves por todos os cantos do País, várias categorias se insurgiram diante da situação de miséria colocada ao conjunto da população pelos governos da ditadura militar, mudando o quadro importo pelos militares desde o golpe. Eram metalúrgicos, bancários, correios, etc..
A classe trabalhadora, cujos sindicatos eram intervencionistas, foi formando oposições praticamente, em todos os locais do país.
Desta forma o Partido dos Trabalhadores teve um crescimento, demonstrado nas urnas, onde o PT conseguiu eleger vários vereadores e prefeitos. São Paulo, a maior e mais importante cidade do Brasil inclusive, foi eleita Luiza Erundina, cujo mandato se deu no período de 1989 a 1992.
Um governo burguês como qualquer outro
Para mencionar apenas o exemplo dos condutores de São Paulo dentre outros servidores públicos, as negociações eram de difícil decisão e muita repressão aos trabalhadores.
Na greve que ocorreu em 1992, por exemplo, uma greve que durou nove dias, onde os condutores que, naquele tempo eram funcionários da Companhia Municipal de Transporte Coletivo (CMTC) uma empresa da prefeitura, que, de 35 mil motoristas e cobradores, 90% eram desta empresa pública.
Erundina, para quebrar a greve radicalizada dos condutores resolveu dar uma de fura greves, organizou um posto de contratação de motoristas e cobradores na Praça Charles Miller, onde se encontra o estádio do Pacaembu, para substituir, praticamente, todos os condutores, em uma traição sem tamanho, quando terminou a greve 475 motoristas e cobradores acabaram sendo demitidos.
Naquele período e, antes da gestão de Erundina, os motoristas e cobradores já estavam travando uma acirrada luta contra a privatização e, a repressão ao movimento no governo Erundina fez arrefecer o movimento de uma das principais categorias de trabalhadores de São Paulo. Desta forma se tornou muito mais fácil para que o prefeito Paulo Maluf, que assumiu na administração seguinte jogar a última pá-de-cal para que acabar de vez com a CMTC.
Posteriormente, para coroar sua posição burguesa, após a queda de Fernando Collor de Mello através do impeachment, Itamar Franco que era vice de Collor assumiu a presidência da República e Luiza Erundina ocupou o cargo de ministra-chefe da Secretaria da Administração Federal do governo. O PT decidiu, em fevereiro de 1993 suspendê-la do partido.
Tudo pela eleição
Boulos e o Psol, para fazerem propaganda eleitoral, tentam reescrever a história, ocultando quem reprimiu os motoristas e cobradores da CMTC, como combativos e revolucionários.