Por quê estou vendo anúncios no DCO?

Fica Bolsonaro?

Boulos dá o exemplo… no Equador

Guilherme Boulos, que foi candidato nas eleições presidenciais de 2018 pelo PSOL, parabenizou o povo equatoriano pela luta contra a direita, mas não defende o "fora Bolsonaro".

Nos últimos dias, o povo equatoriano tem protagonizado um dos mais importantes episódios de luta da América Latina contra a ofensiva imperialista da década. Manifestantes, sobretudo indígenas, invadiram a Assembleia Nacional e encurralaram o presidente golpista Lenín Moreno, que transferiu a capital do país para Guayaquil. Diante desse cenário de rebelião generalizada contra a direita, Guilherme Boulos, que foi candidato pelo PSOL nas eleições presidenciais de 2018, resolveu utilizar as redes sociais para parabenizar a mobilização no Equador:

O povo equatoriano dá o exemplo de como enfrentar um governo traidor e entreguista. Os ventos começam a mudar na América Latina.

“Fora Dilma” e “fora Bolsonaro” não é a mesma coisa

Embora Guilherme Boulos tenha dito que a situação do Equador deveria ser exemplo para o povo brasileiro na luta contra um governo “entreguista”, o fato é que o psolista resolveu abandonar os trabalhadores do próprio País na luta contra a extrema-direita. Logo após a eleição fraudulenta de 2018, em que o maior líder popular do país foi impedido de participar, Boulos saiu em defesa do mandato do presidente ilegítimo Jair Bolsonaro, afirmando que a esquerda não poderia pedir a derrubada do governo para não “se igualar” a Aécio Neves, que iniciou a campanha pelo impeachment de Dilma Rousseff depois de ser derrotado nas urnas em 2014.

O argumento de que derrubar Bolsonaro seria a mesma coisa que derrubar Dilma Rousseff, no entanto, não pode ser levado a sério. Dilma Rousseff era apoiada pelas principais organizações populares do país e foi democraticamente eleita. Bolsonaro, por sua vez, é um representante do imperialismo e só se tornou presidente por causa de uma das fraudes eleitorais mais escancaradas da história.

“Fora Moreno” é “fora Bolsonaro”, e “fora Bolsonaro” é “fora Moreno”

Lenín Moreno, atual presidente do Equador, foi, diferentemente de Bolsonaro, eleito legitimamente. Contudo, pouco depois da eleição, decidiu trair seus aliados, inclusive o ex-presidente do Equador Rafael Correa, se tornando um dos principais representantes da política neoliberal na América Latina. A revolta do povo equatoriano é legítima porque é a revolta da maioria da população contra as medidas neoliberais do governo Moreno, isto é, as medidas impostas pela burguesia mundial para esfolar os trabalhadores do Equador e tentar resguardar a riqueza dos bancos. Não há nada mais democrático, portanto, do que um movimento que esteja decidido a derrubar, por todos os meios que sejam necessários, um presidente golpista e traidor como Lenín Moreno.

Igualmente legítimo é, também, o movimento pela derrubada do governo Bolsonaro. Desde março de 2019, quando milhões de pessoas gritaram palavras de ordem contra Bolsonaro no carnaval, estava claro que Bolsonaro era inimigo dos trabalhadores brasileiros. Daí em diante, a crise do regime político só aumentou, a impopularidade de Bolsonaro cresceu ainda mais e as demonstrações de revolta contra a extrema-direita se manifestam diariamente em praticamente todos os lugares – até mesmo, como noticiamos neste Diário, no Rock in Rio. Onde está Boulos, no entanto, que até agora não convocou os trabalhadores a derrubar Bolsonaro?

O “fica Bolsonaro”

No que depender de política levada por Guilherme Boulos, os brasileiros nunca darão o exemplo para a América Latina. Afinal, diante da prisão de Lula e do regime golpista que evolui rapidamente para uma ditadura explícita, o único caminho que resta ao povo brasileiro é o de enfrentar a direita – caminho esse que Boulos resolveu ignorar. No Brasil, Boulos resolveu adotar uma política de colaboração com o regime político – isto é, com a direita golpista. Até agora, o psolista não colocou, em momento algum, a necessidade de derrubar o governo Bolsonaro – por mais que a fraude da eleição de 2018 tenha vindo à tona até mesmo na imprensa capitalista e que o governo seja odiado pela maioria da população.

Ao optar pela política de manutenção do mandato de Jair Bolsonaro, Boulos decide por condenar o povo brasileiro a um massacre infindo, uma vez que manter a direita golpista no poder é manter os bancos no poder e, portanto, manter a política neoliberal, imposta goela abaixo na população. Tampouco o apoio em abstrato ao povo do Equador, sem uma política consequente por trás, também não trará nenhum resultado para a luta política dos trabalhadores latino-americanos. Discurso nenhum será suficiente para que os trabalhadores do Equador ou do Brasil sejam vitoriosos em suas batalhas.

No Brasil e no Equador, assim como na Argentina, em Honduras e em toda a América Latina, é preciso organizar um movimento amplo de todos os explorados contra a ofensiva do imperialismo. É preciso reunir os trabalhadores, a juventude e os setores democráticos para travar uma luta implacável contra a direita golpista, luta essa que tem na mobilização popular seu grande trunfo. Fora Bolsonaro! Fora Lenín Moreno! Fora imperialismo da América Latina!

Gostou do artigo? Faça uma doação!

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Quero saber mais antes de contribuir

 

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.