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Oportunismo

Boulos cria uma autoimagem artificial com objetivos eleitorais

Guilherme Boulos atua para fabricar um currículo pessoal, uma autopropaganda política, com vistas a projetá-lo como liderança para fins eleitorais

Guilherme Boulos, atualmente uma figura pública do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), atua para realizar uma campanha de marketing político de si mesmo para projetá-lo como um candidato da esquerda para as eleições presidenciais de 2022. Isso demonstra que ele é um político pequeno-burguês, cujo objetivo é ganhar um lugar ao sol no sistema político burguês.

Durante o ano de 2020, Boulos teve papel de relevo no desmonte das mobilizações das torcidas organizadas contra os fascistas em São Paulo, bem como no apoio à política da direita em relação à pandemia do COVID-19. A imprensa capitalista assinalava que o psolista emergia como uma “nova liderança da esquerda”, o que apontava para a superação do Partido dos Trabalhadores (PT) e Lula como lideranças da esquerda nacional por um político à sua direita. Boulos dizia que o fascismo haveria de ser derrotado nas eleições municipais, que eram o cenário fundamental da luta política. O fato é que o que se viu foi uma derrota da esquerda a nível nacional, com o avanço dos partidos burgueses nas prefeituras (DEM, PP, Cidadania etc).

A luta pela liberdade de Lula foi uma campanha relativamente longa, de agitação, propaganda e mobilização de massas, no País e no exterior, que teve início com as tentativas feitas pela Lava Jato de levá-lo para Curitiba para prestar depoimento. Como forma de se projetar individualmente, Boulos realizou o episódio de entrada e ocupação do Triplex, que não tinha nenhuma funcionalidade a não ser atrair holofotes. Na realidade, os políticos do PSOL e o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), quase uma propriedade pessoal de Boulos, não participaram efetivamente da campanha, somente apareciam nos atos públicos para falar e iam embora.

Frases de efeito e ações propagandísticas são apresentadas como cartões de visita de Boulos, que produz para si um currículo político com vistas a projetá-lo pessoalmente como se fosse um grande líder das mobilizações e da esquerda no Brasil. Este é o sentido de ele afirmar que levou 30 mil pessoas nos atos contra o golpe e pela liberdade de Lula, o que é uma mentira evidente. No dia da prisão de Lula no Sindicato dos Metalúrgicos em São Bernardo, Boulos procurou ocupar o palanque e tirar fotos para seu currículo pessoal, mas não tomou nenhuma medida – e tampouco se propôs a fazê-lo – para impedir que Lula se entregasse e fosse preso.

No decorrer da campanha pela libertação do ex-presidente, Boulos soltou frases de efeito na imprensa, afirmou que Lula era vítima de uma injustiça. Contudo, na prática, não mexeu uma palha por Lula. No ato político subsequente à libertação de Lula, Boulos  e outros oportunistas estavam no palanque novamente. O político pequeno-burguês tem como objetivo subir na vida. Aparecer nos atos públicos e tirar fotos são parte do processo de autopromoção.

No caso das eleições municipais em São Paulo, o que se viu foi o apoio declarado de setores da imprensa capitalista à candidatura do psolista. Entusiasmado com a ideia de conseguir, pela primeira vez na vida, um cargo político no Estado ou o sonho da prefeitura própria, Boulos progressivamente moderou seu discurso político, inicialmente marcado pelo tom pseudorradical. Em encontro com empresários, o ele já disse que não se podia esperar a “demonização” do setor privado, caso fosse eleito. Quando questionado sobre suas propostas de governo nas áreas da educação, saúde, etc., era difícil distinguir quais as diferenças entre seu programa e o de seu adversário, Bruno Covas (PSDB).

Recentemente, Fernando Haddad (PT) anunciou que Lula o indicou para ser candidato nas eleições presidenciais de 2022. Imediatamente, Boulos se colocou contra o lançamento da candidatura pelo PT, mascarado com argumentos de que não é a hora de discutir candidaturas e que é preciso ter um projeto em comum. O que deixa claro que o psolista quer ser o candidato da esquerda em 2022, mas não tem condições de disputar politicamente com o PT, devido ao fato de este ser muito maior e ter inúmeras vezes mais projeção e importância política.

Trata-se de uma concorrência eleitoral. A eleição municipal em São Paulo foi um episódio para Boulos perder, mas ter êxito em se projetar nacionalmente como uma liderança política. A ideia era construir sua candidatura para 2022 com o apoio do PT. A decisão de Haddad dificulta a realização deste objetivo.

A situação política, as lutas populares, o golpe de Estado e as condições de vida do povo só têm importância como uma forma de Boulos construir sua carreira política pessoal, subir na vida, conseguir um lugar ao sol no sistema político burguês decadente e antidemocrático. Com isso, ele mostra, uma vez mais, seu caráter de político pequeno-burguês, ávido por resolver o seu próprio problema pessoal e lograr êxito em construir sua carreira.

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