Em meio ao polêmico retorno das competições esportivas, vem ganhando destaque o embate da Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (Ferj) contra Botafogo e Fluminense.
Justamente os dois clubes que têm se manifestado contrariamente ao retorno durante a pandemia e que mais adiaram a retomada dos treinamentos. No extremo oposto encontram-se Vasco e Flamengo, que chegaram a enviar representantes para reunião Bolsonaro com o objetivo de receber apoio do ilegítimo presidente para o retorno do Campeonato Carioca.
Em recentes baterias de testes foram diagnosticados muitos casos positivos entre jogadores, funcionários e familiares dos profissionais de Vasco, Fluminense, Botafogo e Flamengo. Nada menos do que 25 jogadores diagnosticados com COVID-19.
Nesta quarta-feira, a Ferj puniu o Botafogo com a perda de um mando de campo. Segundo a federação, o clube não teria pago despesas referentes ao jogo de retorno do clube no campeonato estadual, no qual goleou a Cabofriense por 6X2.
O pagamento ao qual a entidade fez referência na punição corresponde a despesas operacionais, que são os valores referentes à contratação de funcionários pela Ferj para trabalhar em cada jogo. Botafogo e Fluminense se recusaram a assinar os chamados “borderôs” após seus jogos.
A recusa de ambos se deu pela enorme discrepância entre os valores cobrados a estes clubes e aos demais. Devido à realização dos jogos sem a presença de torcida, as despesas com funcionários deveriam cair muito. No entanto, os valores cobrados nos jogos de retorno dos dois times foram até maiores do que os valores cobrados nos últimos jogos com torcida de cada um.
Vasco e Flamengo, por exemplo, viram as despesas operacionais dos seus jogos como mandantes caírem de R$13.000 e R$20.000, respectivamente, para R$2.200 e R$2.500. Enquanto isso, Botafogo e Fluminense, que tiveram a indicação do valor de R$20.000 nestas despesas nos últimos jogos como mandantes com portões abertos, foram surpreendidos com a cobrança de R$25.000 cada em seus jogos no retorno da competição.
A cobrança dez vezes maior em relação aos rivais “pró retorno” fez os clubes falarem em retaliação por parte da Ferj e amplia a crise política em torno do retorno das grandes competições esportivas que tem como principal interessada a Rede Globo.