O primeiro ministro britânico, Boris Johnson, definiu que deu sua última cartada em relação a saída da Grã-Bretanha da União Europeia. Sua proposta final era de não criar uma barreira física entre Irlanda (que permanecerá na UE) e Irlanda do Norte. A proposta seria, a princípio, para evitar que se retomem antigos conflitos armados na região. No entanto, tudo tem a ver com a questão das práticas comerciais que privilegiem as áreas de livre circulação de mercadorias.
Nesse sentido, a discussão se apresenta como uma crise interna das frações da burguesia europeias e inglesas. Aqui os interesses são entre privilegiar o sistema financeiro e fiscal de um ou de outro. Aqui surge uma questão importante. Aonde está a esquerda em toda essa discussão? Desde o plebiscito manipulado há quase três anos, a esquerda tem se eximido da discussão sistematicamente. Devido ao fato de que os setores mais jovens e os trabalhadores terem opiniões diferentes sobre o Brexit, o Partido Trabalhista Inglês (Workers Party) não se posicionou a respeito da fraude no plebiscito e nem se posiciona agora a respeito da tentativa de se implantar um neoliberalismo inglês.
Essa ausência do posicionamento da esquerda é o que possibilita o espaço para o crescimento da extrema direita se desenvolver. Se eximir da posição política democrática é uma posição de ilusão, esperando alguma migalha do sistema financeiro. Nesse sentido é uma posição confusa da pequena burguesia que não dispõe de confiança política suficiente nas massas. A posição política correta seria de se colocar a favor de uma democracia proletária, defendendo a defesa dos direitos trabalhistas a todo custo e se opondo às exigências do mercado inglês ou europeu.
Em suma, só assim é possível que a esquerda não fique mais a reboque dos bancos, fazendo o embate sistemático aos interesses das burguesia. Portanto, defender os trabalhadores através das pautas que estes levantem é ir ao encontro das massas e permitir que estas se organizem para a tomada do poder.