Há algumas semanas, o presidente ilegítimo Jair Bolsonaro vetou diversos pontos do projeto de lei nº 735/2020, projeto que prevê medidas emergenciais em meio à pandemia para auxiliar os agricultores familiares. Dentre os pontos vetados pelo governo estão o aporte de R$2.500 por família a serem pagos em parcela única; a renegociação de dívidas para pequenos agricultores e o auxílio emergencial específico para o setor em cinco parcelas de R$600. O que revela a tentativa da direita de acabar com a agricultura familiar.
Os vetos presidenciais ao projeto de lei que traria medidas de proteção econômica às famílias que vivem da agricultura familiar, juntamente com as medidas que favorecem o agronegócio e as tentativas de intimidação dos trabalhadores sem terra que tem acontecido em todo o país principalmente através de medidas judiciais de despejo, deixam claro que o intuito da burguesia é acabar com a agricultura familiar e os movimentos sociais do campo como o MST.
Ao mesmo tempo em que o governo Bolsonaro larga os pequenos agricultores à própria sorte, deixando-os sem qualquer proteção, por mínima que seja; protege e fomenta o agronegócio da burguesia agrária que esmaga os trabalhadores do campo. Através da Medida Provisória (MP) 897, os fascistas facilitam o acesso a crédito e financiamento de dívidas de grandes produtores rurais, bem como os desoneram das contribuições à Seguridade Social e em taxas de cartório, dentre outras vantagens.
Neste sentido não é difícil conceber que a burguesia tem trabalhado para esmagar a agricultura familiar em prol do agronegócio. Também não é difícil entender a relação disto com os constantes ataques sofridos pelos povos indígenas e pelos trabalhadores do campo, principalmente por parte da extrema-direita que tem usado todo o aparato fascista para reprimir as organizações camponesas e expulsa-las das terras em que vivem para que a burguesia possa usar as terras para empreendimentos próprios.
De um lado o aparato repressivo realiza uma ofensiva nas terras de seu interesse, com o uso da Polícia Militar, Polícia Federal, Judiciário e até mesmo a Força Nacional; do outro impedem quaisquer avanços ou auxílios para as famílias que vivem no campo e dependem da sua produção para enfraquecer cada vez mais os movimentos e força-los a ceder às investidas da direita.
Como resposta é preciso reagir à altura estes ataques, que se dirigem principalmente contra os territórios em que vivem os povos indígenas e os trabalhadores sem terra, com uma intensa mobilização popular para barrar estas ofensivas cada vez mais fascistas, e impor na luta dos trabalhadores os interesses dos povos ameaçados por estas políticas da direita.
O MST na Bahia tem demonstrado como enfrentar as investidas dos fascistas, e após inúmeras tentativas fraudulentas e ilegais de invasão e despejo, continuam firmes na politica de não ceder espaço para a extrema-direita. É preciso seguir o exemplo dos companheiros do MST e intensificar a mobilização contra a direita e a burguesia que querem esmagar a agricultura familiar.