No último dia 30 de julho, o governo Bolsonaro vendeu o Complexo Eólico Campos Neutrais, localizado no extremo sul do Rio Grande do Sul, por 500 milhões de reais, o que representa cerca de 17% do valor gasto pela Eletrobrás para construir o complexo de parques eólicos, investimento que passou dos 3,1 bilhões de reais finalizado em 2011.
O complexo, construído e administrado pela Eletrobrás, é o maior da América Latina com capacidade instalada de 583 MW de geração elétrica e se estende entre os municípios de Santa Vitória do Palmar e Chuí.
O “negócio” ficou ainda mais escandaloso após denúncia feita pelo Sindicato dos Engenheiros do Rio Grande do Sul (SENGE) que destacou o lucro líquido do complexo em 2017 de R$ 345 milhões, ou seja, o que pagaria a “compra” do parque pela vencedora da licitação em menos de 2 anos, deixando o prejuízo bilionário da construção para o governo federal.
O SENGE apresentou denúncia ao Ministério Público contra a venda do complexo ainda em 2018, bem como apresentou nota técnica ao MP e à câmara de vereadores das cidades com diversos argumentos contra a privatização. O sindicato destacou também a venda feita durante a pandemia, num momento que não é possível fazer um debate amplo com a sociedade e diversos grupos afetados.