Da redação – Na tarde desta quarta-feira (9), o presidente ilegítimo Jair Bolsonaro deixou escapar para a imprensa capitalista, por meio de pessoas próximas a ele, que pretende sair de seu próprio partido, o Partido Social Liberal (PSL). Segundo reportagem da revista Veja, “o presidente já decidiu deixar o PSL”, e os “aliados mais imediatos já estão cientes da decisão.” Isso mostra a enorme crise política da direita golpista. A bancada do PSL na Câmara dos Deputados, segunda maior bancada da casa, é a única fiel ao governo. Bolsonaro abandona seu próprio partido no momento em que começam a surgir cada vez mais denúncias de corrupção contra o partido no chamado esquema do “laranjal”, atingindo especialmente o atual ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio.
“Esquece o PSL, tá ok?”
Bolsonaro já havia manifestado sua crise com o PSL publicamente ontem, em frente ao Palácio do Planalto, quando foi abordado por um apoiador, pré-candidato a vereador pelo PSL. Em vídeo, o jovem se aproxima de Bolsonaro e diz que é candidato pelo PSL, Bolsonaro se aproxima de seu ouvido e diz: “esquece o PSL. Tá ok? Tá? Esquece”. E a conversa continua com o jovem dizendo: “Eu, Bolsonaro e [Luciano] Bivar (deputado federal e presidente do PSL). Juntos por um novo Recife. Aêêê!” Então Bolsonaro responde: “Ô cara, não divulga isso não. Ele (Bivar) tá queimado pra caramba lá… tsc. Entendeu? Vai queimar meu filme também. Esquece esse cara.” Atacando seu próprio partido, que na verdade não é bem um partido, mas a legenda de aluguel que Bolsonaro utilizou para participar das eleições.
Crise da direita precisa ser aproveitada
Novamente, deve-se assinalar que a crise da direita golpista é uma oportunidade par a esquerda mobilizar os trabalhadores em torno da reivindicação de acabar imediatamente com o governo. É hora de levantar nas ruas o Fora Bolsonaro! Se o momento não for aproveitado, há o risco de uma escalada autoritária sob o bolsonarismo, ou de uma saída à direita para a crise do governo, com a burguesia substituindo o governo em mais uma tentativa de contornar a crise política que se abriu desde a campanha pela derrubada de Dilma Rosusseff, concretizada em 2016. Esses são desfechos perigosos para os trabalhadores e é preciso evitá-los, com uma grande campanha pela imediata derrubada do governo.