Enquanto áreas essenciais sofrem cortes de verba e perecem diante da pandemia, Bolsonaro, mesmo atolado em uma crise econômica de proporções catastróficas, resolve aumentar o dinheiro para o aparato de repressão. Nesta segunda-feira, 31, o séquito golpista encaminhou ao Congresso Nacional uma proposta de Orçamento que inclui previsão de R$ 110,7 bilhões para as despesas primárias do Ministério da Defesa.
De fato, nunca houve o mínimo interesse em combater a pandemia. Segundo o próprio ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, o governo gastou apenas 27,2% dos R$ 39,3 bilhões liberados para o combate à pandemia, isto é – R$ 10,9 bilhões. Enquanto isso, a proposta encaminhada para benefício dos militares corresponde a um aumento de 4,7% em relação ao destinado em 2020 (R$ 105,7 bilhões). Esse aumento de R$ 5 bilhões, não obstante, representará cerca de um sexto de todo o crescimento dos gastos permitidos pela União. Para além da pandemia, é de conhecimento geral que a economia nacional está indo ladeira abaixo. Nesse sentido, acentua-se ainda mais o caráter criminoso da proposta dos golpistas. Essa não é a primeira vez que Bolsonaro busca cativar os milicos. O chamado “adicional de habilitação”, passou a vigorar em julho. Nessa benesse, militares que recebiam salários brutos de até R$ 50 mil, passaram a ter aumento de até R$ 1.600 nos rendimentos. O que, de certa forma – é pouco comparado ao realizado em 2019, quando Bolsonaro havia autorizado o reajuste para 73% sobre o soldo.
Vale destacar que, desde o início da pandemia, o golpista Jair Bolsonaro editou oito medidas provisórias com recursos específicos para o Ministério da Saúde, sendo que nenhuma teve os recursos integralmente aplicados. Não é preciso muito esforço intelectual para compreender o óbvio. O dispêndio do orçamento com os militares tem um propósito claro: conter a revolta que se levantará inevitavelmente contra o governo Bolsonaro e seu genocídio contra o povo.