O ator José de Abreu, 71, autoproclamou-se Presidente da República Federativa do Brasil em suas redes sociais, de onde publica os decretos presidenciais e espera ainda o reconhecimento dos demais países do globo. Trata-se de uma brincadeira inofensiva, divertida e recheada de memes, uma sátira nas redes sociais, essa, contudo, atingiu de tal maneira o governo golpista de Bolsonaro que esse não se riu. A sátira do ator expõe a situação grotesca do também autoproclamado presidente da Venezuela, assim como a absurda posição do Brasil, de reconhecer-lhe. A comédia pune os vícios ao imitar as ações baixas de indivíduos baixos. A ironia do ator desmoralizou o governo Bolsonaro colocando diante do espelho toda sua baixeza e submissão ao imperialismo.
Como reconhecer um indivíduo totalmente desclassificado que se autoproclama presidente, contra a maioria esmagadora da população do país, que acaba de eleger seu presidente? Ainda mais, em um país onde há normalidade institucional, um presidente eleito legitimamente, uma assembleia constituinte livre e soberana em exercício? Só há uma respostas, a saber: para defender os interesses dos grandes capitalistas internacionais em especial dos EUA que querem assassinar e roubar o povo venezuelano, é para isso valeram-se de um desclassificado e inimigo de seu próprio povo para conspirar contra ele em favor potências estrangeiras.
Guaidó tem a mesma legitimidade como presidente que Abreu (aliás Bolsonaro tem tanta legitimidade quanto ambos), com a gigantesca diferença que dá parte do ator trata-se de uma sátira, uma comédia, uma manifestação artística sem consequências contra a posição absurda e serviu de um governo claramente impopular e ilegítimo, da parte de Guaidó trata-se de um desclassificado, de uma escória que se vendeu para o capital imperialista e pretende ajudá-los a roubar e massacrar o povo venezuelano, por sua relações com o imperialismo representa ameaça seríssima à República Bolivariana, a soberania e a vida do povo, como pretexto para lançar uma guerra civil no país financiada pelas grandes potência imperialistas.
O próprio Bolsonaro ao ver a situação absurda de auto-proclamação refletida na sátira do ator, sentiu-se mal, não gostou e esbravejou no veículo oficial do governo, sua conta no Twitter, ameaçando, com o autoritarismo típico da extrema-direita, processar o ator. José de Abreu que está retornando ao país para estrear um novo trabalho de dramaturgia na tevê aberta, estuda a possibilidade de pedir um habeas corpus preventivo.
Perseguir um artista nacionalmente conhecido por postagens em uma rede social, enquanto se apoia um facínora que quer massacrar o povo de seu próprio país, por meio de um golpe de Estado violento para entregar a riqueza nacional ao capital internacional, é a expressão da baixeza, do servilismo e do grotesco que é o governo da extrema-direita e da burguesia golpista no Brasil. É preciso defender José de Abreu de qualquer possível investida da direita, assim como defender a liberdade artística e de expressão.