Os golpistas sempre terão poucos momentos de paz diante da população ciente e vítima das consequências do Golpe.
Foi assim com Michel Temer, que mais de uma vez foi vaiado em grandes eventos, sendo importante lembrar que ainda em 2016 recebeu sonoras vais na abertura dos Jogos Olímpicos.
Com Bolsonaro não poderia ser diferente. Faz poucos dias o presidente fascista foi vaiado em jogo no estádio Mané Garrincha, em Brasília (12/06), quando levou a tiracolo o ex-juiz Sérgio Moro que já havia sido desnudado com publicações de mensagens que trocara com o procurador Dallagnol, da Lava Jato.
No dia 02 de julho, no Mineirão, no jogo do Brasil x Argentina, apesar de algum afago e gritos de apoio por parte da torcida do Brasil – lembrando que o público dos jogos da Copa América têm poder aquisitivo alto, considerando o alto custo dos ingressos -,Jair Bolsonaro e sua comitiva foram mais uma vez intensamente vaiados.
Por mais que a mídia burguesa tente blindar o presidente de extrema-direita, não conseguirá torná-lo popular, nem garantir-lhe apoio daqueles que são vítimas da política entreguista, que continua destruindo direitos e colaborando para o aumento do desemprego e a falta de perspectiva quanto ao futuro.
O fato é que Bolsonaro é impopular, mesmo dentro de setores da classe média, e as vaias no Mineirão deixam isso bem claro.
A perda acelerada do pouco apoio efetivo que parecia ter indica que, de fato, como já analisamos aqui no Diário da Causa Operária, o apoio sempre foi pequeno, circunstancial. Por esse motivo, não há razão para que as esquerdas não assumam de vez o Fora Bolsonaro, que as vaias tão bem representam.
Mais que isso, um governo com seis meses de existência ser tão mal avaliado e seu presidente tão execrado, tão mal visto dentro e fora do país, em meio a uma crise que aumenta de forma vertiginosa, mostra que o Golpe de 2016 chegou ao seu limite de sustentação. A esquerda não pode capitular e tentar salvar o governo da fraude.
Com a economia indo para o buraco, sem qualquer expectativa de retomada no curto ou médio prazo, com o nível de desemprego mais elevado de que a população tenha na memória, violência exacerbada, ministros atabalhoados, ignorantes, censura e ameaças a cada vez que um representante do Executivo abra a boca, isso tudo não deveria deixar ninguém em dúvida sobre como agir com o governo de extrema-direita.