Nas palavras do governador Bolsonarista de Rondônia, Marco Rocha (PSL), Jair Bolsonaro concorda em enviar as tropas da Força Nacional de Segurança Pública ao estado de Rondônia para atuar contra a Liga dos Camponeses Pobres (LCP), diz que é uma questão de tempo. Ele foi procurado pelo governador de Rondônia pedindo essa intervenção.
Na viagem a Brasília, Marco Rocha se reuniu com o Ministro da Justiça e Segurança Pública Anderson Torres e com o Secretário de Assuntos Fundiários Nabhan Garcia antes de falar com o presidente golpista, e segundo matéria da Veja, deixou forte impressão.
Em declaração ao Radar disse “Esses caras estão aterrorizando o estado de Rondônia. São invasões de propriedade, e toda invasão é crime, mas uma é uma situação extremamente grave, porque saem destruindo tudo, queimando casa, benfeitorias, currais, armazéns, banca de inseminação artificial, espancando funcionários da fazenda”
Segundo o próprio secretário, a LCP surgiu em 1995 de dissidência do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) após o Massacre de Corumbiara. Agem de forma idêntica à das Farcs na Colômbia. Usam tática de guerrilha e estão fortemente armados. A secretaria de Segurança Pública de Rondônia diz que encontraram cápsulas de fuzil 762. Destroem a estrutura de pontes para as viaturas cair ao passar por elas. E que a situação é extremamente delicada.
Em discurso a latifundiários pecuaristas, Bolsonaro se referiu à LCP como “terroristas”. O Ministério da Justiça, responsável pela corporação, já está estudando montar uma base no estado.
Ao que parece está sendo preparada outra chacina como a de Jacarezinho ou como Corumbiara, onde a polícia civil menos armada e treinada que a Força Nacional de Segurança Pública, promoveu 27 mortes e aterrorizou a população de forma criminosa e altamente violenta e sem motivação.
Os massacres contra o povo pobre e preto vem de longas datas, quem não se lembra de massacres como o de Corumbiara, com dezenas de mortos e feridos, da Candelária, do Carandirú, da Baixada Fluminense, Paraisópolis. No campo então a lista é enorme, onde os mais famosos ficaram na memória da população como o Chico Mendes e a missionária irmã Dorothy.
O governador de Rondônia solicita a atuação da Força Nacional não é com intenção de resolver judicialmente os conflitos, demonstra de antemão que será na bala caso os trabalhadores não abandonem seus assentamentos. É luta de vida e morte.
O que está na mira do governo genocida, que nada faz para conter as crises econômicas e da pandemia, é resolver os problemas de posse de terra na bala também. Como as crises geram enormes massas de desempregados no campo e na cidade, tornam-se problemas para o convívio dos bem pensantes que têm que conviver com mendigos perambulando pelas ruas e matas sem trabalho e sem perspectivas de sobreviver, além de causar repulsa aos olhos deles.
Com a morte dos pobres e pretos, desempregados, desamparados pelo estado e pela sociedade, o panorama das cidades e campo ficam mais palatáveis aos olhos fascistas dos mais bem posicionados na questão de renda. Assim justificam todos esses massacres.
Por essas razões é necessário acabar de vez com o braço armado do estado capitalista, das polícias civil e militar e todos os órgãos de repressão. O povo é quem deve fazer o policiamento nos bairros e nos assentamentos, através de conselhos populares organizados e atuantes.