O presidente Jair Bolsonaro assinou uma Medida Providória (MP) que estabelece uma nova carteira estudantil digital no país, a MP da Liberdade Estudantil. Segundo o presidente, não será mais obrigatório o pagamento da taxa à União Nacional dos Estudantes (UNE), comandada pela juventude do PCdoB (UJS). Essa carteira digital não teve respaldo da área jurídica e nem do departamento técnico do Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). A demissão do presidente do Inep, Elmer Vicenzi, em maio, foi devido a desentendimentos sobre a carteirinha.
O objetivo é enfraquecer financeiramente as organizações populares e entidades estudantis. É preciso refletir, no entanto, sobre o método burocrático da UJS a respeito da carteirinha. Cobra-se uma taxa pela emissão dela, mas não há esforço em demonstrar aos estudantes a importância de financiar a entidade e a importância do seu papel em defender os interesses dos estudantes. A UNE não participa da vida da maioria dos estudantes e coloca-se como uma oposição que deseja dialogar com a extrema direita e que apoiou Rodrigo Maia para a presidência da Câmara.
Bolsonaro declara guerra aos estudantes devido ao papel histórico que a entidade cumpre como ferramenta de mobilização. Mas é preciso lutar para que a entidade reaja à altura dos ataques do governo Bolsonaro e sirva para impulsionar o movimento estudantil, convocando assembleias e buscando se aproximar da classe trabalhadora para derrotar o golpe e todas as reformas criminosas do governo Bolsonaro.
O Ministério da Educação (MEC) ainda informou que, na quinta-feira desta semana, será assinado o decreto que cria um programa que visa instituir escolas cívico-militares.