A extrema-direita costuma provocar muitas dores de cabeça para os seus financiadores, a grande burguesia nacional e o imperialismo estrangeiro. Um dos pontos em que a extrema-direita mais costuma entrar em atrito com os grandes capitalistas é justamente a questão do armamento civil. Como estamos falando de seres rastejantes, de baixíssima capacidade intelectual e verdadeiros capachos do imperialismo estrangeiro, a extrema-direita brasileira procura imitar a direita norte-americana, que também defende o armamento.
Entretanto, tanto lá quanto cá, os setores fundamentais da burguesia são totalmente contrários ao armamento civil. O motivo é muito simples. Trata-se de um grupo social muito consciente de que, caso a classe operária tenha acesso a armas com facilidade um dos maiores entraves para uma revolução proletária já estaria encaminhado.
No entanto, a questão do armamento não é sequer uma questão revolucionária, mas sim democrática. A esquerda que realmente tem um programa democrático deve necessariamente defender o armamento civil. A única maneira de o povo ser capaz de exercer algum controle sobre o Estado e os seus aparatos políticos, ao invés de ser esmagado por este é se ele tiver o direito de se armar e se organizar coletivamente. Como muito bem sintetizou o grande revolucionário russo Lênin, a única forma de democracia é um fuzil no ombro de cada trabalhador.
Embora tenhamos levantado os argumentos centrais nesta questão, há ainda um grande fator de confusão que precisa ser esclarecido: a esquerda pequeno-burguesa. Sendo esta esquerda também reconhecida pela sua histeria e dificuldades de raciocínio, quando o PCO defende a questão democrática do armamento é frequentemente confrontado com um argumento muito cretino: o de que o PCO seria bolsonarista (!), uma vez que, mesmo estando localizados claramente em pólos políticos opostos, teríamos acordo nesta questão. Nada poderia ser mais falso.
Quando observamos com alguma atenção podemos ver claramente que a política de Bolsonaro não é armar a população de conjunto, mas sim os seus cupinchas da extrema-direita, que já estão armados até os dentes. Estamos falando dos latifundiários, da burguesia e dos seus aparatos repressivos como as polícias e as Forças Armadas. Isso se encaixa perfeitamente com as declarações de Bolsonaro, como por exemplo quando declarou que iria metralhar a Rocinha, matar gente do MST ou mesmo acabar com o “comunismo” no Brasil.
Por isso não podemos cair na propaganda imperialista e da esquerda pequeno-burguesa. O direito ao armamento é acima de tudo um direito democrático, mas também por ser um Partido revolucionário o PCO defende não só o armamento civil mas também a formação de milícias operárias. Pelo direito da população se armar!