Mais uma vez o governo Bolsonaro, ilegítimo e fraudulento, investe de forma ilegal e truculenta contra o legítimo governo venezuelano do presidente Nicolás Maduro. O Ministério das Relações Exteriores brasileiro anunciou na sexta-feira, dia 4 de setembro, que o corpo diplomático do país bolivariano sediado no Brasil, representado por seus diplomatas e funcionários da embaixada, foram declarados “persona non grata” no Brasil. No jargão da diplomacia, isso corresponde a dizer que o corpo diplomático não é mais aceito como representação legítima da Venezuela. A decisão atinge não só os diplomatas, mas também os cônsules e todo o pessoal administrativo. Ainda de acordo com o Itamaraty, a declaração não implica que os diplomatas e todos os demais tenham que deixar o território brasileiro. No entanto, se optarem por permanecer no Brasil, todos perderão o status diplomático, consulares, imunidades e privilégios. Portanto, a segunda etapa da operação – isso está claro – será a expulsão de todos.
A declaração do Itamaraty é mais uma etapa na escalada de ataques ao regime popular chavista, que tem na linha de frente o imperialismo. A Casa Branca se serve dos governos pró-imperialistas de direita e extrema direita no continente (Brasil, Colômbia, Equador) para atacar a Venezuela, que hoje se encontra sob o fogo cruzado dos Estados Unidos, vítima de sanções, bloqueios e embargos, que buscam sufocar a economia venezuelana, com o propósito de se apropriar das riquezas do país (petróleo), forçando um golpe de Estado para entregar o governo às forças golpistas de direita alinhadas aos interesses de Washington.
No início de maio, a subserviente diplomacia nacional já havia tentado a expulsão dos diplomatas bolivarianos, decisão suspensa por uma liminar do ministro Luiz Roberto Barroso, do STF, que garantiu a permanência temporária do corpo diplomático devido a pandemia da covid-19. A nova investida contra a representação legítima do governo liderado por Nicolás Maduro tem o claro objetivo de avançar na ofensiva do imperialismo aos regimes opositores não alinhados e servis à Casa Branca, medida que atende também aos interesses eleitorais do presidente direitista Donald Trump, que tentará a reeleição em novembro. Os democratas acusam Trump de tratar com frouxidão a problemática da Venezuela; ou seja, Joe Biden, caso seja eleito, tratará de forma ainda mais dura e draconiana o regime chavista, intensificando a pressão e os ataques contra o governo Maduro, forçando uma saída golpista para a Venezuela.
A única resposta eficaz e consequente diante de mais este golpe contra a soberania e a legitimidade de um país do continete latino, é a mobilização da esquerda e de todos os setores progressistas, repetindo o que foi feito em novembro de 2019, quando elementos da extrema direita venezuelana tentaram ocupar a força a representação diplomática. Na ocasião, as forças populares e o Comitê de Defesa da Revolução Bolivariana (Abreu e Lima) realizou uma amplo chamado à esquerda da capital, que se dirigiu ao portão de entrada da embaixada e ali permaneceu até a desocupação, quando os partidários do fantoche Juan Guaidó (apoiado por Bolsonaro e Trump) foram expulsos pela ação enérgica e contundente dos ativistas. É hora de repetir o feito. Abaixo a provocação contra a Venezuela. Pelo reconhecimento dos diplomatas indicados por Caracas como os legítimos representantes do povo venezuelano no Brasil. Fora Bolsonaro! Fora Ernesto Araújo, capachos do imperialismo.