A própria Constituição Federal deixa claro, pelo menos dentro de suas limitações, que o salário de um trabalhador deve ser capaz de suprir todas as necessidades vitais de saúde, educação, moradia, alimentação e lazer de sua família. O salário mínimo atual no Brasil, de míseros R$ 1.045,00, está muito longe de cumprir esses requisitos.
Mesmo em comparação com o salário mínimo, o auxílio emergencial aprovado por Bolsonaro e toda a direita golpista de R$ 600,00 está ainda mais distante de dar conta das necessidades de um trabalhador e sua família.
De acordo com cálculos conservadores do DIEESE (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos) o salário mínimo vital para um trabalhador brasileiro deveria estar em R$ 4.600,00. Esse valor é aproximadamente 7 vezes e meia maior do que o auxílio emergencial para a crise. Pode-se dizer com total tranquilidade que o salário mínimo nesse momento no Brasil deveria estar em R$ 5.000,00, valor ainda mais distante dos R$ 600,00 do auxílio.
Enquanto isso, nunca é demais lembrar, o governo distribui trilhões para os banqueiros e capitalistas.
Por isso é preciso ter claro que o valor do auxílio, que chegou a ser comemorado por setores da esquerda, é uma esmola perto do que deveria ser pago aos trabalhadores, em especial aqueles que estão sem emprego e sem renda.
Para piorar a situação, milhões de pessoas vivem o drama de não conseguir acesso ao auxílio, embora tenham direito ao valor. São filas intermináveis nas agências da Caixa em todos os cantos do País, colocando os trabalhadores em risco.
Dessa maneira, os trabalhadores não conseguem ficar em quarentena. São obrigados a sair de casa atrás do sustento de sua família. Essa é a realidade da imensa maioria da população, submetida à miséria e aos riscos da doença por um governo anti-popular.