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Bolsodoria

Bolsonaro, o bárbaro, contamina Doria, o científico e civilizado

A atual situação da pandemia revela a farsa que foi a demagogia inicial de setores da direita que defenderam o isolamento contra Bolsonaro e foram apoiados pela esquerda

No início da pandemia do Coronavírus no Brasil, assistimos à um espetáculo grotesco da esquerda pequeno-burguesa que fez uma frente com um setor da direita nacional, representado por João Doria e os chamados governadores da “direita científica” na questão do isolamento social.

Como diz o ditado popular, relembrar é viver. Então, para entender o que está acontecendo agora, vale lembrar que quando a pandemia começou no Brasil, foi levada adiante pelo conjunto da burguesia a política do “fique em casa”. Era como se todos os problemas da população fossem ser resolvidos com a simples decisão de fazer isolamento social.

Não havia testes para ninguém, nunca houve um sério investimento em leitos hospitalares ou de UTIs, bem como equipamentos para atender adequadamente os doentes graves.

Enquanto o povo começava a se infectar e morrer aos montes, os golpistas não faziam nada a não ser o discurso demagógico do “fique em casa”, defendendo o isolamento social e em alguns casos o lockdown. O que acontecia na prática era que a demagogia servia para manter a classe média em casa, enquanto que os trabalhadores continuavam obrigados a trabalhar e utilizar os transportes públicos.

A política do “fique em casa” apenas servia para criar uma clima artificial de que os governadores estavam de fato fazendo alguma coisa para combater o vírus, mas tudo não passou de uma farsa.

Essa farsa também era parte de uma luta entre Bolsonaro e a ala da direita golpista tradicional. Enquanto que o presidente golpista se colocava abertamente contra o isolamento, a direita fazia demagogia. Mas ficou claro que a diferença entre Bolsonaro e Doria era apenas no discurso. Nenhum dos dois estava disposto a levar adiante de fato uma luta contra a pandemia.

A esquerda vira propagandista da direita

A esquerda pequeno-burguesa foi a primeira a acreditar na propaganda de Doria. Adotou a palavra de ordem de “fique em casa” como sua e o isolamento como a salvação da nação, a ponto de ter se tornado um fator completamente nulo durante toda a pandemia.

Os sindicatos foram fechados, foram boicotadas quaisquer mobilizações de rua e a esquerda passou o tempo todo a reboque de Doria e sua turma de governadores. A adaptação política chegou a tal ponto que a esquerda passou a caracterizar João Doria de “direita civilizada e científica”, assim como outros elementos da direita como Rodrigo Maia (DEM).

Tudo não passava de propaganda que servia para esconder que no fundamental Doria e Bolsonaro tinham exatamente a mesma política. E o desenvolvimento atual da pandemia prova isso.

O Brasil superou os 200 mil mortos pela doença. O país bate recordes de mortes diárias e a lotação dos hospitais é tão ou mais grave do que no início. Mesmo assim, a propaganda do “fique em casa” praticamente foi abandonada.

Na realidade, o isolamento nesse momento de maior gravidade deixou de ser a política principal da burguesia, que utiliza esse discurso apenas para atacar a população, como se a culpa pela pandemia fosse do povo.

Com a situação da pandemia muito mais grave não se vê a quarentena, não se vê comércio fechado, não se vê nenhuma histeria pelo fique em casa.

Os jornais da imprensa golpista, que com mil mortos no País inteiro dedicavam a maior parte de seus destaques para a pandemia, agora, com mais de 200 mil mortos, tratam tudo com a maior naturalidade possível.

Isso mostra como a esquerda que chamou Doria de “científico e civilizado” estava simplesmente repetindo a política da direita. Doria e Bolsonaro nunca tiveram diferenças reais em suas políticas a não ser no discurso. Toda a burguesia agora está unificada em deixar o povo morrer no trabalho, nos transportes, nas ruas.

O golpe é a barbárie

Uma coluna publicada no DCM e assinada por Helena Chagas, intitulada “Mortes aumentam mas omissão de Bolsonaro contagia estados” mostra essa semelhança entre Bolsonaro e o restante da direita

“A omissão do governo federal contagia outras autoridades numa velocidade maior do que a do coronavírus. Governar, porém, é também tomar medidas impopulares, arcar com suas consequências”

A única ressalva que fazemos dessa colocação é a de que não foi a política de Bolsonaro que contagiou o restante dos governos e da direita, mas na realidade sempre houve essa identificação, apenas com a diferença da demagogia do “fique em casa” no início da pandemia.

Hoje os “civilizados e científicos” são tão responsáveis quanto Bolsonaro pelas mortes no País. Eles obedecem a política de barbárie da burguesia que não quer gastar nenhum centavo com a saúde do povo. A burguesia também abandonou a política da quarentena porque não quer segurar por tanto tempo a economia paralisada.

É melhor deixar o povo morrer nas ruas do que garantir a estrutura necessária para preservar a saúde da população.

Quanto a isso, não há diferença entre Bolsonaro e os demais golpistas. Todos estão imbuídos em atacar o povo.

A pior pandemia no Brasil não é o Coronavírus, mas o golpe de Estado. Por isso a esquerda pequeno-burguesa, totalmente adaptada ao regime e a reboque da direita, é cúmplice dos ataques contra o povo.

Não é ficando a reboque da direita e fazendo aliança com golpista que a pandemia será superada. Será preciso derrotar o golpe de Estado, a pior doença do País.

A guerra das vacinas é mais um capítulo da política criminosa dos golpistas que a esquerda entra de cabeça. Com o pretexto de ser contra Bolsonaro, mais uma vez elementos da esquerda começam a elogiar João Doria como se ele fosse a salvação, como se a vacina não fosse um problema político. A experiência com o “fique em casa” deveria servir de lição para a esquerda sobre a necessidade de uma política independente.

É preciso um programa que de fato atenda aos interesses da população, um programa que mobilize o povo. E para isso, é preciso sair às ruas, abandonar as alianças com a direita, e chamar a derrotar Bolsonaro e todos os golpistas. Uma política que denuncie a farsa dos golpistas e coloque em xeque o regime político, defendendo a candidatura de Lula e não uma frente ampla com os maiores inimigos do povo.

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