As movimentações financeiras do senador eleito Flávio Bolsonaro, filho do presidente golpista Jair Bolsonaro, estão cada vez mais difíceis de explicar. Primeiro revelou-se ainda no ano passado que o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) identificou uma movimentação atípica na conta de Fabrício Queiroz, assessor parlamentar no gabinete de Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).
Queiroz movimentou R$1,2 milhão entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017, recebendo um salário de pouco mais de R$20 mil. Esta semana revelou-se um valor ainda maior somando-se o período que abrange os dois anos anteriores, ultrapassando os R$7 milhões. Foram R$5,8 milhões movimentados entre 2014 e 2015.
Mas as revelações sobre as movimentações envolvendo Flávio Bolsonaro chegaram a um novo patamar na última sexta-feira (17). O Jornal Nacional, da TV Globo, mostrou em uma reportagem outro ponto do relatório do Coaf, que implica Flávio Bolsonaro diretamente. Entre junho e julho de 2017, em um período de cinco dias, a conta de Flávio Bolsonaro recebeu 48 depósitos em dinheiro, no valor de R$2 mil, em um caixa eletrônico dentro da Alerj. O valor depositado totaliza R$96 mil Para o Coaf, esse curioso procedimento para transferir dinheiro para a conta de Flávio Bolsonaro indica um esforço para ocultar a origem dos recursos.
Aparentemente, o Brasil está diante de um típico caso de corrupção muito característico do chamado baixo clero do Congresso. Um esquema de corrupção miúdo para transferir salário de funcionários de gabinete para um parlamentar. Um esquema proporcional ao poder que esses parlamentares tinham até agora, antes de serem colocados à frente do poder Executivo pelo golpe de Estado, graças a uma série de manobras eleitorais.
O baixo clero nunca se envolve nos debates do Congresso, não tem poder para negociar cargos e não articula nenhuma votação para aprovação de coisa nenhuma. São parlamentares marginais dentro do Parlamento, cuidando de seus ínfimos interesses. É esse baixo clero que está representado hoje no governo que a burguesia escolheu “eleger” durante a fraude das “eleições”.