No segundo semestre de 2018, o imperialismo conseguiu realizar uma gigantesca manobra eleitoral para dar continuidade ao golpe de Estado de 2016. Subiu ao poder Jair Bolsonaro, principal expoente da extrema-direita brasileira e capacho dos norte-americanos. No entanto, o governo Bolsonaro não está conseguindo cumprir com a agenda que os donos do golpe elaboraram.
Em pouco mais de dois meses de existência, o governo Bolsonaro já se encontra em crise e cheio de contradições internas. O governo Bolsonaro foi montado de maneira improvisada, às pressas, pois foi a única solução que o imperialismo encontrou para derrotar o PT eleitoralmente. Como o imperialismo vem enfrentando diversas crises na América Latina, é natural que as disputas no interior do regime político brasileiro se acentuem. Afinal, os setores mais predominantes da burguesia preferirão esmagar os setores mais fracos a entrarem em uma falência generalizada.
Essas disputas se manifestam das mais diferentes formas. Na imprensa, há uma guerra entre Bolsonaro e os órgãos tradicionais, que representam os interesses do imperialismo e, portanto, atacam os setores da burguesia que apoiam o governo, mas possuem interesses distintos da burguesia internacional. Nos ministérios, também há uma série de contradições, de modo que até mesmo setores da burguesia têm criticado a atuação dos ministros mais ligados à extrema-direita, como é o caso de Ernesto Araújo.
O carnaval também serviu para demonstrar a impopularidade do governo, que foi “eleito” por apenas um terço da população e sob condições fraudulentas e que não possui uma base social superior a 15% da população. O vice-presidente, o general Hamilton Mourão, constantemente vem a público para dizer o que Bolsonaro deve ou não fazer, ameaçando abertamente tomar o poder. A reforma da Previdência, por sua vez, que é uma das prioridades do imperialismo, ainda não conseguiu ser aprovada no Congresso.
Diante dessa crise do governo, os trabalhadores devem aproveitar e realizar uma mobilização que o derrube Bolsonaro de vez. É necessário sair às ruas e convocar atos e uma greve geral para exigir a queda imediata de Bolsonaro, impedir a reforma da Previdência e libertar o ex-presidente Lula.
O momento de fragilidade do governo não pode ser desperdiçado. Caso contrário, Bolsonaro poderá se recompor e iniciar uma série de ataques duríssimos contra os trabalhadores. Fora Bolsonaro e todos os golpistas!