Está em andamento nesta quinta-feira (29) a “Operação Divisas Integradas III”. As forças de repressão dos Estados de São Paulo, Paraná, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais estão atuando de forma conjunta, com o pretexto de combater organizações criminosas que atuam com o tráfico de armas, contrabando de cigarros, furto e roubo de veículos nas fronteiras dos quatro Estados.
A Operação envolve as Polícias Civil, Militar, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Marinha, Exército e da Agência Nacional de Transportes Terrestres. No total, são mais de 20 mil agentes mobilizados, com 6.500 viaturas, 17 aeronaves, drones, cães farejadores e embarcações. Os dados são da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP).
O general do Exército Carlos Sérgio Câmara Saú é o coordenador do Centro Integrado de Comando e Controle (CICC) da SSP. A operação conta com a atuação conjunta das diversas forças de repressão do Estado (Polícia Civil, PM, PRF, PF, Forças Armadas, ANTT).
A primeira coisa a ser destacada é que conforme a crise econômica avança, resultando na insatisfação social generalizada com a miséria e com os efeitos da política neoliberal implementada desde o golpe de Estado de 2016, o presidente Jair Bolsonaro (ex-PSL, sem partido) e os governadores de direita atuam para montar um poderoso aparato de repressão para atacar com selvageria a população no momento em que esta se insurgir nas ruas.
Além disso, a articulação entre as forças de repressão acende um sinal de alerta para a esquerda. Isto por que uma operação desta envergadura pode ter implicações muito maiores do que perseguir criminosos. Os recursos públicos envolvidos para sua execução demonstra que a repressão ao povo é uma das principais preocupações de Jair Bolsonaro e do bloco político golpista que comanda os Estados.
A Operação Divisas Integradas III pode se revelar um exercício de repressão em larga escala contra os opositores políticos do regime. O uso para fins de repressão político pode estar no horizonte do governo burguês mas de qualquer modo, o terror do Estado ganha força com tamanho aparato.
É preciso que as organizações operárias, partidos de esquerda e movimentos sociais exijam a imediata dissolução de todo o aparelho repressivo do Estado, uma verdadeira máquina de guerra contra a população explorada.