Depois de enterrar o Ministério do Trabalho no dia 2 de janeiro via Medida Provisória – deixando as cartas sindicais sob controle do “Mussolini de Maringá”, Sérgio Moro, que está à frente do Ministério da Justiça e Segurança Pública – o presidente fascista Jair Bolsonaro, nesta quinta-feira (3), em sua primeira entrevista televisionada após a posse, declarou que também irá extinguir a Justiça do Trabalho. Disse aos repórteres do SBT que a Justiça do Trabalho tem 4 milhões de processos ao ano o que, para o presidente fascista, são muitos, pontuando ser um “mal” esse “excesso de proteção ao trabalhador”.
É preciso lembrar que a Reforma Trabalhista foi aprovada pelos congressistas golpistas em meados de 2017 com o intuito de dar o pontapé inicial na destruição dos direitos dos trabalhadores. Somente por conta das alterações na legislação trabalhista, os dados do Tribunal Superior do Trabalho apontam que houve uma queda de 46% das ações trabalhistas de dezembro de 2017 a março de 2018 (381.280 processos trabalhistas a menos) porque os trabalhadores sentem-se desmotivados a entrar na justiça, visto que, se perderem, terão que arcar com os custos do processo.
Se havia uma pretensão sobre a Justiça do Trabalho de pender para os trabalhadores, que pertencem a uma classe explorada, com o fim dessa justiça, haverá mais perda de direitos, o que favorecerá a exploração dos patrões: serão incentivados a não pagar os salários, a não pagar horas extras, a não fornecer equipamento de proteção, a não pagar as férias ou concedê-las, não recolhimento do FGTS, etc.
Não dá para acreditar no discurso direitista de esperar que o governo Bolsonaro irá em algum momento ser favorável aos trabalhadores. É um governo que aprofunda a política golpista de ataque aos direitos dos trabalhadores e já se mostra servil aos patrões. Para tanto, deve-se organizar a luta contra esse governo e retirar esses golpistas do controle do país desde já.