Neste último domingo (18), a rede de televisão estatal, TV Brasil, exibiu um documentário de propaganda do Exército brasileiro a respeito da “Operação Amazônia”, que foi realizada entre os dias 8 e 22 de setembro e teve custo de R$6 milhões. A operação contou com exibição de mísseis e aeronaves, e realizou uma simulação de batalha em que o país Azul era invadido pelo país Vermelho.
Coincide com o período de realização deste treino de guerra, a visita do Secretário de Estado norte-americano Mike Pompeo à cidade de Boa Vista, no estado de Roraima, muito próximo à fronteira com a Venezuela, no dia 18 de setembro. Lá, ele foi recebido pelo ministro golpista de extrema-direita Ernesto Araújo A visita em si causou certa estranheza porque Roraima não contém nenhuma grande cidade como Brasília ou São Paulo, o que demonstra que a intenção da visita era preparar o terreno para o incentivo a uma intervenção militar brasileira no país vizinho.
O documentário da “Operação Amazônia” também tem a clara intenção de auxiliar na propaganda dessa invasão. Da mesma forma que fazia a Alemanha nazista no século passado, que produzia filmes sobre como seria uma guerra contra um país vizinhos antes de o invadirem. No caso do Brasil, o país vizinho a ser invadido seria a Venezuela. A exibição deste documentário em um canal de TV estatal, ao qual têm acesso todos os brasileiros, também mostra que se pretende iniciar uma campanha de propaganda mais ampla nesse sentido.
A intenção do governo golpista de invadir a Venezuela mostra o quão subserviente ao imperialismo é a direita brasileira. Do ponto de vista dos interesses econômicos e sociais nacionais, a invasão da Venezuela consistiria uma verdadeira catástrofe, com jovens da classe trabalhadora brasileira sendo enviados para um conflito armado e correndo risco de vida, o que aprofundaria a crise social no país, que já é gigantesca, dado o nível de desemprego e da crise sanitária que assolam o país. O único setor que sairia ganhando com uma invasão ao país caribenho é o imperialismo mundial, que vê na Venezuela um entrave para o seu domínio político absoluto do continente sul-americano.
A classe trabalhadora deve se colocar de forma decidida contra as provocações o governo brasileiro ao país vizinho e contra a invasão da Venezuela. O envio de tropas brasileiras para reprimir um estado que luta por sua soberania é uma ação totalmente criminosa, e a utilização da população, que não tem nenhuma concordância com as intenções do governo golpista de extrema-direita nacional e muito menos do imperialismo norte-americano, se trata de mais um genocídio e deve ser repelida com todas as forças. Nesse sentido, se torna cada vez mais urgente a luta pelo “Fora Bolsonaro!” e por Lula candidato em 2022.