Após as declarações polêmicas do presidente Jair Bolsonaro, que prometeu acionar a Força Nacional , os indígenas que participaram ontem, dia 24, do Acampamento Terra Livre na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, firmando um acordo com a Polícia Militar do Distrito Federal para manter a ocupação, mas alterando o local das barracas, que ficarão próximas ao Teatro Nacional.
O acampamento montado na madrugada da quarta-feira foi levantado próximo do Ministério da Economia. Com a mudança para o novo local, a 1 km de distância, a PM garantirá o fornecimento de água e energia aos indígenas.
Maior manifestação indígena do país, o movimento chamado Acampamento Terra Livre, acontece todos os anos, no mês de abril, em Brasília. O grupo com cerca de 3.000 pessoas, acampou no mesmo local em 2017, mas a política de perseguição de Bolsonaro contra o movimento e direitos indígenas aumentou a tensão das manifestações neste ano, que tem como pauta a retirada da competência sobre a demarcação de terras indígenas da Funai (Fundação Nacional do Índio) para o Ministério da Agricultura, submetendo o tema aos ruralistas, inimigos históricos dos indígenas.
A mudança da Funai, do Ministério da Justiça para o da Mulher, Família e Direitos Humanos fragiliza a política da saúde indígena, assim como os demais temas desta pasta, sob o comando da reacionária ministra Damares Alves. Os indígenas articulam uma agenda com o Congresso e com o governo até a sexta-feira (26), quando termina o acampamento.