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Bolsonaro entrega o Brasil para os Estados Unidos

Nota oficial do Partido da Causa Operária

Em sua primeira viagem oficial aos Estados Unidos, Jair Bolsonaro deu um espetáculo lamentável de subserviência a Donald Trump e aos interesses norte-americanos.

Um dos episódios que mostraram essa atitude de submissão foi a liberação unilateral de vistos para turistas norte-americanos. O Itamaraty historicamente adotava o princípio da reciprocidade, ou seja, se os brasileiros necessitam de visto para visitar um determinado país, os habitantes desse país deveriam passar pelo mesmo procedimento. Durante o seu governo, Lula havia determinado inclusive que todos os procedimentos exigidos dos brasileiros para entrar nos Estados Unidos, fossem exigidos também dos turistas norte-americanos. Sob o governo Bolsonaro e o ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo, a política mudou e os turistas norte-americanos e de outros países desenvolvidos foram beneficiados sem que houvesse nenhuma contrapartida. Pelo contrário, o governo de Trump, que Bolsonaro tanto admira, dificultou a entrada dos brasileiros, como parte do endurecimento da política contra a imigração. Essa é uma medida humilhante para os brasileiros, que nos coloca como nação que se submete caninamente aos interesses dos EUA, mesmo que o tratamento deles para conosco seja diametralmente oposta.

Outra exigência de Trump para Bolsonaro foi que o Brasil renuncie ao título de país em desenvolvimento na OMC (Organização Mundial do Comércio), o que lhe confere inúmeros benefícios. Isso é algo que os EUA tentaram com a China, mas que não obteve sucesso.

Em troca, Trump cobrou que o Brasil elimine o que ainda existe de barreira comercial que impede a entrada ainda maior das empresas dos EUA e mantém uma pequena proteção à economia brasileira contra uma devastação total que pode ser causada pela entrada sem barreiras do grande capital norte-americano.

Na realidade, a política de Bolsonaro e dos ministros capachos dos norte-americanos, com destaque para o Chicago boy Paulo Guedes, já é a de colocar uma placa de “liquidação” no País e chamar os norte-americanos para comprar tudo.

Até mesmo o agronegócio, grande apoiador de Bolsonaro, protestou. Isso porque Bolsonaro anunciou uma isenção de tarifa para a importação de uma cota do trigo norte-americano. Hoje, só os países do Mercosul se beneficiam da isenção. A medida atingiria os parceiros latino-americanos, que já fornecem o trigo que o Brasil necessita, em especial a Argentina, bem como os produtores nacionais, que já protestaram porque a produção de trigo já é subsidiada nos Estados Unidos, ou seja, entraria sem barreiras no Brasil e com um preço mais baixo em razão dos subsídios governamentais, prejudicando os produtores locais.

Uma das medidas mais graves, no entanto, foi a entrega da Base de Alcântara, no Maranhão, para os EUA. A medida vinha sendo negociada pelo menos desde o governo FHC, mas nunca havia sido aprovada. A base serviria para o lançamento de satélites, pois ocupa uma posição estratégica e reduziria os custos para os EUA. Já o Brasil só teria prejuízo. O país investiu muito em tecnologia na base visando o lançamento de satélites brasileiros e agora a base será entregue aos EUA, que já havia declarado, segundo documentos vazados pelo WikiLeaks, que não se opunha à criação da base, desde que isso não resultasse “na transferência de tecnologias de foguetes ao Brasil”. Ou seja, é uma entrega que vai bloquear totalmente o desenvolvimento de tecnologias próprias brasileiras, deixando-nos completamente dependentes dos países desenvolvidos; uma demonstração de submissão vergonhosa. Além disso, a medida abre caminho para a instalação de uma base militar dos EUA no Brasil e não assegura nada aos brasileiros, que ainda seriam proibidos, pelos EUA, de dar andamento aos seus projetos militares.

A viagem de Bolsonaro foi tão vergonhosa para o Brasil que O Estado de S. Paulo declarou que o grande vencedor da viagem foi Donald Trump, que conseguiu tudo o que queria sem ter que dar absolutamente nada em troca.

Tudo isso mostra que o patriotismo de Bolsonaro e dos membros do seu governo não passa de uma grande farsa. É na realidade o contrário do que eles procuram fazer acreditar. Quando dizem “Brasil acima de tudo”, na verdade estão colocando os interesses dos EUA acima dos interesses nacionais. É uma retórica que esconde seu caráter profundamente entreguista e antinacional.

Em diversas oportunidades os membros do governo demonstraram seu desprezo pelo Brasil e seu povo. O vice-presidente Hamilton Mourão declarou que as três raças formadoras da nação, os ibéricos, negros e indígenas, eram “três desgraças”. Já Bolsonaro falou com todas as palavras que o Brasil é um lixo e que a Amazônia não é nossa.

O Partido da Causa Operária repudia toda entrega das riquezas nacionais para o imperialismo e conclama todas as forças de esquerda, democráticas brasileiras a se somarem numa grande campanha pelo fora Bolsonaro e pela liberdade de Lula.

Somente uma ampla mobilização de todos os trabalhadores numa campanha pela derrubada deste governo poderá barrar esse grande retrocesso nas condições de trabalho e vida do povo brasileiro.

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