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Bolsonaro é o candidato do golpe militar nas eleições organizadas pelos golpistas

Pressionados pela quebra geral dos partidos da burguesia, amplamente repudiados pela população, a burguesia golpista colocou em campo o partido militar golpista, que se colocou em aberta campanha não apenas para dar o golpe por meio da fraude das eleições, como também para ampliar ainda mais o poder político que os militares conquistaram com o golpe de Estado que derrubou a presidenta Dilma Rousseff, em 2016, por meio de um impeachment fraudulento.

Depois de exigirem da justiça golpista que Lula não fosse colocado em liberdade, ameaçando com um golpe militar caso o STF aprovasse o habeas corpus solicitado defesa do ex-presidente Lula e de novo ameaçarem com uma intervenção direta, caso sua candidatura não fosse retirada, os militares saíram dos “bastidores” e estão passando cada vez mais à “luz da ribalta”, se impondo como os principais impulsionadores da chapa golpista encabeçada pelo capitão Jair Bolsonaro e que tem como vice o general Hamilton Mourão, em clara sintonia com os donos do golpe, o imperialismo norte-americano e o grande capital.

Não se trata de uma situação nova, a presença da cúpula dos militares intervindo na política, nos destinos do País, como muitos querem fazer crer, pelo contrário. O que temos é, justamente, o avanço do golpe de Estado que, em todas as suas etapas fundamentais contou com a presença decisiva dos militares, indicando e abençoando cada passo central dos golpistas contra os direitos democráticos do povo brasileiro, em favor da perseguição à esquerda, em favor da entrega da economia nacional para os grandes monopólios estrangeiros.

Depois de serem decisivos no apoio à operação golpista no Congresso, os chefes militares passaram cada vez mais à controlar postos chaves no governo, indicando alguns dos seus elementos mais reacionários, para o Ministério da Defesa (pela primeira vez em 20 anos, dirigido pro um militar); para a Secretária de Assuntos Institucionais (SIG), para a Secretária de Segurança Pública, para intervir no Rio de Janeiro etc.

Com a burguesia dividida e com a ala mais direitamente ligada ao imperialismo, que comanda os grandes partidos burgueses (“centrão”), não conseguindo superar a rejeição popular  para conseguir classificar na eleição fraudulenta que organizaram (sem a participação do único candidato com apoio popular, Lula), os chefes militares e suas poderosas máquinas foram decisivos para garantir a relativa unidade dos setores mais débeis e reacionários da burguesia em torno da chapa militar, assegurar a fraude das eleições, garantir a eleição fraudulenta de dezenas de militares e outros agentes dos órgãos de repressão e notórios “bandoleiros” dos setores mais reacionários do País (do judiciário ao estrelato pornô).

Essa posição dos militares foi decisiva também para “centralizar” toda a direita golpista, fazer com que – na reta final do primeiro turno – todas as máquinas partidárias da burguesia trabalhassem de fato em favor da classificação da chapa golpista em primeiro lugar, atuando como sócios e cúmplices da fraude contra todo o povo brasileiro.

Classificado seu candidato para o segundo turno, já com o apoio evidente dos partidos do “centrão” (que agora se escondem por detrás d num suposta neutralidade, em sua maioria), os chefes militares atuam ainda mais claramente, fazendo – inclusive – que seu capitão anuncie que um terço do seu ministério será composto por generais. Claramente os militares assumiriam o controle da maioria do Executivo, em uma clara ditadura militar, “referendada” pela fraude das urnas.

O poder dos militares vai ainda mais longe, assumiram de fato o controle sobre o poder judiciário, nomeando como assessor especial da presidência do Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-comandante do Estado Maior das Forças Armadas.

Não basta. Eles anunciam claramente que querem mais, que querem um poder total. Querem controlar diretamente também o Legislativo. Assim como anuncia o coordenador das candidaturas de militares das Forças Armadas e deputado eleito por São Paulo, o general Roberto Sebastião Peternelli Júnior (PSL), passou a defender publicamente a indicação do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) para a presidência da Câmara. O deputado reeleito é filho do presidenciável, foi reeleito com o recorde de 1,8 milhão de votos, em uma “campanha” que ninguém viu, resultado do “milagre” das urnas eletrônicas e, como o pai, Jair Bolsonaro, é ferrenho defensor do golpe militar e admirador da ditadura.

Buscando encobrir todo esse processo fraudulento, armado há muito tempo, a golpista Folha de S. Paulo, assinalou em sua coluna Painel que estaria havendo uma mudança de posição no interior das Forças Armadas. Assinalando, falsamente que “se antes era comum fardados de alta patente afirmarem que o deputado tinha mais tempo de Câmara do que de Exército, sendo, portanto, mais político do que militar, hoje muitos o chamam em conversas privadas de ‘nosso candidato’”, como se houvesse – de fato – uma mudança significativa de posição e não fosse Bolsonaro-Mourão, há muito tempo, os candidatos do golpe militar.

Os militares estão em aberta campanha golpista para tirar proveito da fraude das eleições e da situação defensiva em que se colocou a maioria da direção da esquerda que capitulou diante da cassação de Lula e busca se adaptar às pressões da direita golpista para encenar que de fato estaríamos diante de uma eleição minimamente democrática.

A esquerda classista precisa superar as ilusões, comprovadamente irrealizáveis, de que o golpe pode ser derrotado por dentro das instituições, no jogo viciado e fraudulento imposto pela direita. A tarefa é levantar já a luta contra o governo militar que eles preparam: fora Bolsonaro e todo os golpistas. Nessa luta, uma tarefa fundamental é retomar a mobilização pela liberdade de Lula, unificando toda a esquerda, os explorados e suas organizações de Lula.

 

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