Por quê estou vendo anúncios no DCO?

Bolsonaro e Macri: no Brasil, não podemos aguentar 4 anos de devastação

Macri, basura [lixo], vos sos la ditadura”

(grito popular contra o atual presidente argentino)

 

Desde que venceu as eleições presidenciais na Argentina, Mau­ricio Macri foi incensado pela direita brasileira, exaltado como uma espécie e salvador do povo argentino contra os males que o peronismo teria produzido naquele país ao longo de sua existência.

O Movimento Brasil Livre (MBL), por exemplo, fez pesada propaganda do presidente argentino, sugerindo que deveríamos ter um Macri brasileiro, um neoliberal que salvaria o País e aos continente latino-americano das políticas bolivarianas que a esquerda teria implementando na América Latina e, segundo o MBL, prejudicado nosso desenvolvimento.

Parece que, hoje, nem o MBL, nem mais ninguém da direita brasileira está disposto a defender o fracassado presidente patagão, muito menos os próprios argentinos.

Foram cinco greves gerais, sendo a última iniciada essa semana, a maior até agora, caracterizada por uma união sindical inédita no país. Foi convocada por todas as centrais de trabalhadores, apoiada por todas as organizações empresariais (de pequenas e médias empresas) e por todos os movimentos sociais no país.

Até mesmo Hugo Moyano, líder do poderoso sindicato dos caminhoneiros, após ter apoiado Macri, volta-se para o “kirchnerismo”. É importante lembrar que o poder de mobilização dos caminhoneiros é gigantesco, afetando a distribuição de alimentos, de combustível e até de dinheiro nos caixas eletrônicos, além da coleta de lixo.

A greve paralisou Buenos Aires, afetando inclusive voos internacionais, isso faltando apenas cinco meses para as eleições presidenciais.

O que, afinal de contas, produziu o neoliberal Mauricio Macri para deixar os argentinos tão desesperados a ponto de promoverem cinco greves gerais e manter mobilizações enormes nas ruas?

Vamos citar algumas das “conquistas” da política neoliberal da Casa Rosada sob comando de Macri:

  • As tarifas administradas pelo governo, como transporte, energia elétrica, água e gás, sofreram aumentos de mais de 2000%.
  • A reforma previdenciária proposta pelo neoliberal Macri elevou o tempo de trabalho e modificou a fórmula de cálculo das aposentadorias, o que provocou, somente em 2018, uma perda real no valor do benefício de 17%.
  • O salário mínimo foi reduzido de 650 dólares para 242 dólares em três anos e meio de governo.
  • O peso argentino teve desvalorização recorde e a inflação foi a 54%, nos últimos 12 meses.
  • Houve fechamento de mais de 6 mil pequenas e médias empresas e uma das maiores quedas na produção industrial do país. Ao mesmo tempo, o governo promoveu a isenção total de impostos para setores concentrados da economia, como o do agronegócio e o da mineração.

O resultado na vida do povo argentino é o aumento do desemprego e da pobreza, com a maior queda no consumo que o país já registrou.

Um desastre absoluto que travou o país, elevando seu endividamento externo também a níveis recordes, promovendo fuga de capitais, e fazendo o país perder totalmente o acesso a crédito no exterior.

Nessas condições, o presidente recorreu ao Fundo Monetário Internacional (FMI), de forma submissa e maléfica para os argentinos, pois o próprio Fundo é promotor de uma fuga recorde de dólares da Argentina, além de exigir contrapartidas políticas de “ajustes” duríssimas, ou seja, um enorme ataque contra os trabalhadores.

Para blindar-se, Mauricio Macri promoveu interferência direta no Poder Judiciário, contando com o apoio do Grupo Clarín (a “Globo argentina”) e de jornalistas amigos. Isso soma-se a operações de inteligência, chantagens, ameaças e extorsões a juízes considerados “inimigos” do governo.

É isso que o Brasil deve esperar de Bolsonaro, que continua com a política de destruição do país iniciada por Michel Temer, uma cópia daquela de Macri, e os golpistas que tomaram o poder em 2016. Assim como a Argentina, porém, nenhum país aguenta isso, por mais rico que seja. O Brasil não aguenta quatro anos de política neoliberal, Bolsonaro não sobreviverá, assim como Macri, a esse tipo de política. A violência e o uso do Estado para tentar conter os sindicatos, a oposição, os movimentos sociais, tem um limite, assim como a paciência do povo é limitada.

Os argentinos querem seu país de volta e devem tomá-lo, nas ruas. No Brasil, se mantivermos as mobilizações e abandonarmos as ilusões de que haverá uma saída institucional para o golpe, o povo também vai tomar o País de volta.

Fora Bolsonaro, fora toda política neoliberal, fora todos os golpistas. Rumo à greve Geral, novas eleições já. Lula Livre e candidato.

Gostou do artigo? Faça uma doação!

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Quero saber mais antes de contribuir

 

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.