Sob a desculpa do Covid 19 e a crise da economia ampliada por ele, o Congresso dos “amigos do povo” (Câmara dos Deputados) como uma parte da esquerda vem tentando há tempos reabilitar, com suas propostas de frente ampla, estão a abrir uma brecha, com aval do governo, para ampliar o período máximo dos acordos de redução de jornada e salário colocado pela medida provisória (MP) 936. Em ação desde 1º de abril, a MP será modificada pelos parlamentares e pode ser alterado. Ampliando o acordo imposto pelos patrões e seu governo aos trabalhadores, que como previsto até o momento é de 3 meses, para se for vontade da ampla maioria do Congresso ser aprovado ad eternum, para a plena felicidade dos capitalistas.
Com a mudança, a União teria que prorrogar também o pagamento do chamado Benefício Emergencial (BEm), que devolve uma miséria em relação ao que foi perdido, dos já defasados salários dos trabalhadores. O próprio Ministério da Economia da Tchutchuca Paulo Guedes já admite a ampliação do ataque aos trabalhadores.
Para aprovar a proposta, está colocado como relator da proposta que vem sendo articulada na Câmara dos Deputados, o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), que apoia a medida e diz:
“Proponho manter os mesmos prazos da proposta do governo. Apenas sugiro a previsão de prorrogação por iniciativa do próprio governo, caso considere necessário. Vou preservar a arquitetura da proposta”. Numa total entrega dos trabalhadores à miséria, de acordo com a vontade de Jair Bolsonaro, numa enorme traição aos trabalhadores por um deputado do PC do B.
A brutal MP que tem o disparate de dizer, para quem não é operário e não enxerga por trás das letras, que autoriza empregadores a negociarem diretamente com os funcionários acordos para redução de jornada e salário, com duração de até três meses e suspensão dos contratos de trabalho por até dois meses irá impor à classe trabalhadora anos, ou décadas de drástica redução salarial, já que admite reduções que vão de 25%, 50% até 70%.
Já são 3,157 milhões de suspensões de contrato de trabalho e 886,8 mil à redução de jornada e salário. A grande maioria dos acordos estão no sudeste, com São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, liderando o empobrecimento da classe operária.
Na realidade, esse é o caminho para oficializar a reforma trabalhista, com a diminuição de salários e benefícios e direitos. Isso só está sendo possível porque os sindicatos se renderam totalmente aos patrões. Caso não haja uma decidida reversão dessa política, os trabalhadores estão oficialmente condenados a pagarem por toda essa profunda crise do capitalismo.