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A falsa ciência de Doria

Bolsonaro e “científicos” tornam País o pior no combate ao vírus

A tal "guerra das vacinas" é um expediente que serve apenas para encobrir que o Brasil não tem nenhuma política verdadeira para o combate ao coronavírus

Segundo um estudo divulgado pelo Lowy Institute, o Brasil é o país que pior desempenho teve no combate à pandemia do coronavírus.

O Lowy Institute é um “think tank”, um instituto de estudos australiano, fundado em 2003 por Frank Lowy, em Sydney. Esse instituto mantém um site onde apresenta um ranking onde classifica um total de 98 países baseado em suas políticas de controle da doença.

O país melhor colocado nesta pesquisa é a Nova Zelândia, que praticamente erradicou o vírus no país, seguido por Vietnã, Taiwan, Tailândia, Chipre, Ruanda, Islândia, Austrália, Letônia e Sri Lanka.

Além do Brasil, que ocupa a 98º posição, outros países igualmente mal colocados são o México, Colômbia, Irã, Estados Unidos, Bolívia, Panamá, Omã, Ucrânia e Chile.

A metodologia usada pelo Lowy Institute leva em conta os números confirmados de casos, número de mortes, número de casos por milhão de habitantes, número de mortes por milhão, número de casos confirmados proporcionalmente ao número de testes e o número de testes a cada mil pessoas. Todos estes números foram contabilizados nas 36 semanas seguintes a partir do 100º caso confirmado da doença em cada país.

Como esta tabela foi montada a partir dos dados oficiais, podemos imaginar que o caso brasileiro é ainda pior que o demonstrado por este instituto.

O combate ao coronavírus

A Nova Zelândia está no topo dos países que melhor lidaram com a pandemia. O sucesso do país se deveu muito à sua rápida resposta ao problema. No dia 2 de fevereiro de 2020, houve a morte de uma pessoa nas Filipinas, a primeira a morrer fora da China. Como reação a este fato o governo neozelandês fechou as fronteiras para qualquer estrangeiro vindo da China. Os cidadãos locais tinham que ficar 14 dias em quarentena. Com o tempo foram aumentando as restrições para visitantes de outros países com casos do covid-19, ao mesmo tempo em que foi implantado um lockdown em todo o país, além da aplicação de 10 mil testes por dia e encaminhamento de todos os casos confirmados.

A política de combate ao vírus na Nova Zelândia foi eficiente também por ser um país pequeno e de baixa densidade populacional.

O estudo mostrou ainda que os países de maior população lidaram pior com a doença e no geral os países do continente europeu tiveram as piores avaliações e os asiáticos as melhores.

Interessante é constatar que a China ficou de fora do estudo. No entanto, pelos dados analisados pela Lowy Institute, a China estaria na primeira posição. A alegação do instituto é que o governo chinês teria manipulado os dados.

A China mostrou uma enorme eficiência em controlar a doença, usando de métodos radicais. No dia 13 de janeiro deste ano aconteceu a primeira morte por coronavírus em oito meses. Então a última morte no país havia acontecido em maio de 2020. Segundo os dados oficiais o país teve pouco mais de 89 mil casos e 4.636 mortes, a maior parte delas registrada na província de Hubei, uma região que foi completamente isolada do resto do país para que o controle fosse mais efetivo.

Na cidade de Wuhan, onde apareceu o primeiro caso da doença, o governo aplicou um bloqueio severo, um lockdown de 76 dias onde todas as empresas foram fechadas, o transporte público foi suspenso e milhões de pessoas foram confinadas em suas casas, não podendo sair nem mesmo para fazer compras.

O caso brasileiro

Não foi grande surpresa o Brasil estar na pior posição da lista, assim como os Estados Unidos. O Brasil, sob o governo de Bolsonaro, seguiu os mesmos passos do governo do também “negacionista” Donald Trump e se notabilizou pela sua absoluta falta de medidas para o controle da pandemia. Mesmo o auxílio emergencial, algo imposto pela burguesia para conter problemas ainda maiores, era um valor irrisório, de 600 reais, que acabou em dezembro de 2020, deixando milhares de pessoas na mais absoluta miséria.

A medida mais importante que o governo federal fez, no início da pandemia no país, em março de 2020 foi anunciar a transferência de 1,2 trilhões de reais para os bancos privados. Sob a alegação de manter a liquidez do sistema, o governo federal repassou esse dinheiro para salvar os capitalistas, o que deixou claro qual a prioridade do governo Bolsonaro.

Em oposição aparente ao governo Bolsonaro surgiram as figuras dos governadores “científicos”, como João Doria em São Paulo e Wilson Witzel no Rio de Janeiro. A política de João Doria não tinha nenhuma diferença fundamental com a de Bolsonaro. As únicas medidas tomadas por esses governos foram as quarentenas, que só podiam ser seguidas por uma pequena parcela da população, especialmente a pequena burguesia que poderia fazer o seu trabalho em casa. De resto, a grande maioria da população continuava obrigada a encarar ônibus, trem e metrô totalmente lotados, em ambientes cheios de pessoas, totalmente à mercê da transmissão do vírus.

No entanto, a pequena burguesia aplaudiu os “científicos”, especialmente após o show que João Doria fez com a primeira pessoa a ser vacinada, uma enfermeira negra que já fazia parte do grupo de voluntários dos testes clínicos da CoronaVac. A imprensa burguesa logo se apressou em dizer que era mentira que ela já havia tomado a vacina nos testes, que era apenas placebo.

Neste momento o Brasil se aproxima da revoltante marca dos nove milhões de casos confirmados, mais de 63 mil apenas nas últimas 24 horas e mais de 220 mil mortes, mais de 1200 nas últimas 24 horas.

O Estado mais afetado é São Paulo, onde estão mais de 1,7 milhões de casos e 52 mil mortes, ou seja, quase um quarto do total de mortes do país, uma demonstração cabal do descaso do governo João Doria.

Se por um lado Bolsonaro e seu governo golpista é o maior responsável pelo verdadeiro genocídio feito contra a população brasileira, João Doria não é menos responsável. Ele se aproveitou da completa ignorância do presidente golpista para fazer política com a vacinação, a chamada “guerra das vacinas”. No primeiro round venceu Bolsonaro. Mas a longo prazo o seu objetivo são as eleições de 2022, onde ele é o candidato da burguesia, e que conta com o apoio da esquerda pequeno burguesa, o candidato do “mal menor”, contra o espantalho Bolsonaro.

A farsa da vacina de Doria, a CoronaVac fica, a cada dia, mais desmascarada. Todas as doses da CoronaVac que estão sendo aplicadas foram importadas da China, e ao contrário do que muitos acreditam, não foram produzidas pelo Instituto Butantã. Agora existe a possibilidade muito concreta de que as pessoas já vacinadas nem recebam a segunda dose, o que invalidaria o efeito da primeira dose, cuja eficiência é muito baixa, de apenas 50%, uma das mais baixas do mercado.

Nesta “guerra de vacinas” não há vencedores. À população resta se insurgir contra o seu extermínio.

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