Sem vacinação

Bolsonaro, Dória e os golpistas não vacinam e não querem vacinar

Bolsonaro, Dória e demais golpistas aliados prorrogam a compra de mais vacinas e o Brasil caminha para uma de suas maiores tragédias, com quase duas mil mortes por dia.

A farsa da vacinação no Brasil segue como mais uma ação genocida dos governantes do país, sobretudo a trama engendrada pelos golpistas Jair Bolsonaro(sem partido, ex-PSL) e o governador de São Paulo João Dória(PSDB), os quais vêm usando a pandemia para seus próprios interesses políticos, enquanto morrem diariamente no Brasil quase duas mil pessoas. A população continua desamparada, sem auxílio e sofrendo medidas restritivas, mais um motivo para os aparelhos de segurança do Estado, como a PM, reprimirem a população com prisões e abordagens violentas.

No estágio atual da pandemia no Brasil a melhor medida para salvar mais vidas seria a vacinação pública, em massa, um direito da população, mas o que está em marcha é uma burocratização para a compra da vacina, além dos cortes de verbas para os institutos de pesquisa e muita politicagem dos prefeitos e governadores para mostrar que são diferentes do presidente fascista, mas as diferenças são poucas.

Na semana passada, por falta de doses, 400 mil pessoas ficaram sem ser vacinadas, um impacto significativo na imunização da população. Com aplicação de 1,3 milhão de unidades por semana, esse número caiu para 900 mil, entre os dias 22 e 28 de fevereiro, segundo os dados do próprio governo federal. Essa redução equivale em média a não vacinar 50 mil pessoas por dia. Com a falta das vacinas, várias cidades como Teresina, Cuiabá, Campo Grande, Rio de Janeiro e Salvador tiveram que suspender e mudar seus calendários de vacinação. O Rio de Janeiro ficou oito dias com a vacinação suspensa.

Primeiro, o Ministério da Saúde recomendou reservar a vacina para as segundas doses. Segundo a nota técnica do ministério,

“Tendo em vista o intervalo entre as doses, e considerando que ainda não há um fluxo de produção regular da vacina, orienta-se que a segunda dose seja reservada para garantir que o esquema vacinal seja completado”.  

Depois, o ministro da pasta, Eduardo Pazuello, disse aos prefeitos que eles não precisariam reservar mais porque haveria garantia de entrega, prometendo fazer do país líder de vacinação, ultrapassando até mesmo os Estados Unidos.  Mas a realidade foi outra. Se considerarmos hoje o total de habitantes, o Brasil fica na 47ª posição, com 39,7 doses aplicadas a cada mil habitantes. Os dados são do projeto Our World in Data, da Universidade de Oxford. O primeiro da lista em vacinação é Israel, com 935 doses por mil habitantes.

Enquanto isso, os governos de Bolsonaro e Dória fazem de tudo para atrasar intencionalmente a vacinação em massa. Há várias vacinas produzidas no mundo, mas a Agência Nacional de Vigilância Sanitária(Anvisa) posterga a aprovação, com a falsa alegação de que está resguardando a vida da população, para que nós não sejamos enquadrados como cobaias, mas a intenção é outra: continuar o genocídio. A Rússia garantiu exportar 10 milhões de doses para o Brasil. A Anvisa, sob direção de vários bolsonaristas,  desprezou a proposta e não aprovou a vacina, impedindo também que os Estados comprassem. O governo da Bahia manifestou interesse em adquirir 50 milhões de doses. Quanto mais tempo demorar em liberar a compra das vacinas, maiores serão os risco do povo brasileiro.

A saída para o país, ao lado do aumento exponencial dos testes e da separação – em condições adequadas – dos infectados; da multiplicação – com pesados investimentos – dos leitos normais e de UTI, é a garantia da vacina para toda a população, para o que – alem da compra da vacina, que deveria ser uma operação de guerra a todo custo para salvar vidas, é preciso quebrar as patentes das vacinas existentes e fabricá-las no País em instituições públicas ou empresas estatizadas.

Além disso, para por fim à farsa da vacinação é preciso colocá-la sob o controle das organizações populares e dos trabalhadores da Saúde.

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