Em seguida ao atentado absolutamente suspeito contra o candidato da extrema-direita, Jair Bolsonaro, ocorrido nessa última quinta-feira em Juiz de Fora (MG), iniciou-se uma reação em diversos segmentos do país, com o propósito de transformar Bolsonaro em vítima.
O candidato é conhecido nacionalmente como um dos maiores apologistas da tortura e do asassinato de presos politicos pela ditadura militar. Quando da votação do impeachment fraudulento da presidenta Dilma, ao declarar seu voto pela destituição da presidenta, homenageou o torturador de Dilma, o coronel do Exército Brilhante Ustra, “pela memória do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, o pavor de Dilma Rousseff”. Conhecido pelo codinome Dr. Tibiriça, Ustra foi chefe do DOI-CODI, entre 1970 e 1974, período de maior repressão da ditadura, e se notabilizou pelo requinte de crueldade com que tratava e assassinava os presos políticos.
Mais a perfídia desse político da extrema-direita não para aí. São públicas as suas ameaças contra o movimento social e a comunidade pobre. Já declarou que se eleito presidente iria “metralhar a Rocinha”, para supostamente combater traficantes. Defende que a polícia militar assassina tenha “carta branca” para ampliar a repressão e o assassinato de pessoas. É a favor do estupro de mulheres, como deixou patente ao agredir a deputada do PT, Maria do Rosário, no plenário da Câmara Federal, enfim, Bolsonaro protagoniza um verdadeiro rol de declarações que destilam ódio contra tudo que é de popular e de esquerda.
Diante de um político dessa estirpe, que tem a tortura e o assassinato como carro chefe de sua política, é até mesmo normal que existam pessoas que sejam capazes de promover um atentado contra sua vida. Se pensarmos de um ponto de vista da história, teria muita gente que se tivesse condição seria absolutamente capaz de cometer um atentado que eliminasse Hitler ou Mussolini.
Bolssonaro não é vítima, mas apenas colhe o que plantou. Nesse sentido, é verdadeiramente capitulador líderes da esquerda se solidarizarem com essa figura nefasta. É como se Bolsonaro tivesse uma política ruim, mas que enfim todos fazem parte do mesmo jogo democrático. Não é assim. Bolsonaro, não apenas é peça importante do golpe de Estado no Brasil, como é um instrumento para fazer avançar o golpe no sentido de uma nova ditadura militar.