Nos últimos tempos, vários desastres aconteceram em dezenas de municípios, principalmente, no sudeste: só em Minas Gerais, cerca de 52 pessoas morreram e 29 mil estão desabrigadas por decorrência de fortes chuvas e enchentes.
Estes desastres naturais, no entanto, não são os únicos culpados pelo estado de calamidade da população atingida: em estudo feito pela Folha de São Paulo, os gastos do governo para amparar vítimas de desastres no País é a menor em 11 anos. Segundo o jornal, em 2019, a verba para ações de prevenção de desastres naturais era de R$ 306,2, enquanto que em 2012, o orçamento para tal equivalia a de R$ 4,2 bilhões em valores corrigidos pela inflação.
Para 2020, a verba é de R$ 284 milhões, 11% menor que no anterior e apenas 6,7% do que fora em 2012.
Enquanto isso, 2020 é o ano com o maior número de eventos e riscos provocados pela chuva desde a criação do órgão de proteção, em 2011. Quem conta isso é o pesquisador do Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais), Giovanni Dolif, à Folha. Segundo o pesquisador, só na última terça (28), haviam 255 alertas ativos para risco de inundações e deslizamentos.
Os desastres se dão também pelos ataques do governo fascista às políticas habitacionais: os danos por chuva acontecem, principalmente, em regiões de encostas e habitação precárias. Em 2019, o orçamento para o Minha Casa, Minha Vida, principal programa de moradia popular, era de R$ 4,6 bilhões – menos da metade da verba de 2014, de R$ 13 bilhões; em 2020, a previsão torna-se pior, com apenas R$ 2,8 bilhões destinados ao programa.
Toda esta situação demonstra o compromisso do governo fascista de Bolsonaro de atacar a população trabalhadora e escancara, ademais, que a política de austeridade dos golpistas caminha lado a lado com o extermínio da população mais pobre e com a classe trabalhadora em geral.