O corte de 25% que o presidente ilegítimo Jair Bolsonaro impôs ao orçamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) resultará em economia de perguntas no Censo de 2020: o instituto reduziu o número total de questões de 112 para 76.
O Censo 2020 deve custar em torno de R$ 2,3 bilhões. O valor previsto inicialmente era de R$ 3,1 bilhões. O levantamento é feito a cada dez anos e tem abrangência nacional. Os pesquisadores do IBGE visitam os domicílios pelo país para obter dados sobre as características dos moradores, nível de estudo, trabalho, entre outras informações.
Entre as principais mudanças apresentadas para o Censo 2020 está a alteração no quesito ‘trabalho e rendimento’. Segundo o IBGE, os brasileiros terão que responder qual é a renda total do responsável pelo domicílio, tal como no censo 2000. No último censo, em 2010, os pesquisadores perguntavam sobre a renda de todos os moradores de cada residência.
A alteração no questionário vai esconder os impactos das políticas neoliberais implantadas no país com o golpe, como a reforma trabalhista, que foi aprovada com o apoio do então deputado federal Jair Bolsonaro (PSL), responsável por redução de empregos no Brasil. Reduzir drasticamente o número de perguntas pode não apenas não trazer a economia de dinheiro desejada, como também gerar apagões de dados demográficos importantes em algumas partes do país – justamente as mais vulneráveis e pobres.
Embora outras pesquisas do próprio IBGE consigam obter dados confiáveis a partir de universos menores (as chamadas amostras de população), atualmente é só o Censo que consegue informações minuciosas de todos os municípios brasileiros. O Censo é a única pesquisa a visitar as casas de todos os brasileiros – são mais de 60 milhões de residências, espalhadas por 5.570 municípios e 8,5 milhões de quilômetros quadrados.
Houve 11 Censos no Brasil desde 1872, e o mais recente foi em 2010, o que significa que alguns dados brasileiros estão desatualizados. O Censo traz não apenas o tamanho da população brasileira, mas informações sobre frequência à escola e à universidade (e quais disciplinas estão sendo cursadas), saneamento, sustento da família, raça, mortalidade, tipo de moradia, coleta de lixo e fornecimento de energia elétrica, entre outros dados.
Bolsonaro ataca os órgãos e instituições que afetam seus interesses particulares. O chefe do Executivo tem como meta esconder o fracasso do seu governo, sobretudo, na geração de empregos e melhoria da vida dos brasileiros. O governo da direita golpista será um desastre. O grande plano de Bolsonaro é esconder as consequências disso.